Publicado em 23/11/2018 às 15h40.

Lava Jato: Dono da OAS é alvo de mandado de prisão; executivo está nos EUA

Esta fase da operação apura superfaturamento na construção da sede da Petrobras na capital baiana, que teria chegado ao custo de mais de R$ 1 bilhão.

Redação
Foto: Divulgação/ PF
Foto: Divulgação/ PF

 

 

O dono da OAS, o baiano César Mata Pires Filho, é um dos alvos de prisão temporária da 56ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Sem Fundos, deflagrada nesta sexta-feira (23) na Bahia e outros três estados do País.  O executivo, no entanto, não foi detido porque está em viagem aos Estados Unidos. Além dele, outros dois ex-presidentes do Petros, fundo de pensão da Petrobras, já foram detidos. As informações são da Folha.

Cesar Mata Pires Filho é um dos três filhos que nasceram da união de um dos fundadores da OAS, César Mata Pires Cesar, que morreu no ano passado, e de Tereza Magalhães, por sua vez, filha do senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

Esta fase da operação apura superfaturamento na construção da sede da Petrobras na capital baiana, que teria chegado ao custo de mais de R$ 1 bilhão.  O edifício, apelidado de Torre Pituba, foi erguidoo com recursos da Petros, a fim de ser alugado pela Petrobras. Segundo o Ministério Público Federal, ao menos R$ 68 milhões foram desviados em pagamento de propina.

Os ex-presidentes da Petros presos preventivamente são Luis Carlos Fernandes Afonso e Carlos Fernando Costa. Outro ex-dirigente do fundo de pensão, Newton Carneiro da Cunha, também teve a prisão preventiva decretada.

Também ex-presidente do fundo, Wagner Pinheiro, foi alvo de buscas, suspeito de ter recebido cerca de R$ 2,5 milhões em vantagens indevidas. Outro preso temporário foi Valdemir Garreta, ex-dirigente do PT e responsável pelo marketing de campanhas eleitorais do partido. A prisão tem duração de cinco dias. Garreta é suspeito de intermediar pagamentos em prol do partido.

É a primeira fase da Lava Jato autorizada pela juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo o MPF, os supostos crimes ocorreram entre 2009 e 2016. São investigados corrupção, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de fundo de pensão e organização criminosa.

A defesa de Pires Filho recebeu com surpresa o pedido de prisão. “Fomos surpreendidos com a decisão judicial que decretou a custódia provisória do nosso cliente. Estamos ainda nos inteirando dos acontecimentos. Nosso cliente está no exterior e regressará imediatamente ao país para prestar esclarecimentos e acatar a decisão judicial”, disse o advogado Aloisio Lacerda Medeiros.

A advogada de Garreta, Danyelle Galvão, declarou que a defesa “não teve acesso aos autos, tampouco aos fundamentos da decisão e que já havia se colocado à disposição para prestar esclarecimentos no início deste ano”.

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