Publicado em 12/12/2017 às 09h03.

Lava Jato está aí, mas a corrupção não pára. Dá para acreditar em mudanças?

Ainda se rouba de cabo a rabo. Se a Lava Jato chegasse no varejo da corrupção nunca lavaria o carro. A ferrugem tomou conta

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”

Albert Einstein, físico alemão, pai da teoria da relatividade (1879-1955)

 

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

Operações da Lava Jato tornaram-se tão comuns que só dão impacto quando a PF baixa nas casas dos vizinhos, ou conterrâneos. Mas a de anteontem em São Paulo, a Baixa Augusta, embora fora dos dois campos acima descritos, traz uma informação emblemática.

Um auditor fiscal da Receita Federal é acusado de receber propinas da JBS, a mesma dos irmãos Joesley e Wesley, do rolo com Temer e Aécio, entre 2004 e 2017, ou 13 anos consecutivos. Se olhar que a Lava Jato começou em março de 2014, três anos atrás, é sinal de que o acusado em apreço, se culpado, pairava na certeza da impunidade.

Já houve quem perguntasse nos memes das redes sociais: Seremos todos algemados? Certamente que não. Mas não dá para acreditar que a Lava Jato vá virar a página da roubalheira do dinheiro público, como sonha o procurador Deltan Dallagnol.

Ainda se rouba de cabo a rabo. Se a Lava Jato chegasse no varejo da corrupção nunca lavaria o carro. A ferrugem tomou conta.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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