Publicado em 16/12/2015 às 19h50.

‘Lutarei contra interrupção ilegítima do meu mandato’, diz Dilma

As afirmações foram feitas na cerimônia de abertura da 3ª Conferência Nacional de Juventude, nesta quarta (16), em Brasília

Agência Estado
DF - DILMA/CONFERÊNCIA NACIONAL DA JUVENTUDE - POLÍTICA - O presidente Dilma Rousseff participa da III Conferência Nacional da Juventude ao lado do ex-presidente uruguaio José Mujica, em Brasília, nesta quarta-feira. Palavras de ordem a favor da descriminalização da maconha e pela liberdade sexual foram entoadas pelos jovens que participam do evento. 16/12/2015 - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
A presidente Dilma Rousseff participa da III Conferência Nacional da Juventude ao lado do ex-presidente uruguaio José Mujica. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Em discurso inflamado a uma plateia de jovens, nesta quarta-feira (16), a presidente Dilma Rousseff afirmou que vai lutar contra a “interrupção ilegítima” de seu mandato. De acordo com a presidente, é preciso fortalecer a democracia, impedindo “retrocessos”. Dilma afirmou que não há razão para que sejam feitos pedidos de impeachment. “Não conseguirão nada atacando a minha biografia. Sou uma mulher que lutou, amo meu País e sou honesta.”

“O mais irônico é que muitos dos que querem interromper ao meu mandato têm uma biografia que não resiste a uma rápida pesquisa no Google”, afirmou. De acordo com a presidente, é preciso garantir o voto popular direto e respeitar o resultado das eleições. “Vamos mudar o Brasil impedindo que atalhos levem este País a situação de instabilidade”, disse, antes de alfinetar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Não mudaremos o Brasil fechando escolas, isso é certo.”

Dilma chamou o debate sobre impeachment de “batalha que ditará os rumos do País”. Segundo ela, a falta de motivos para o pedido de afastamento faz com que a tentativa seja chamada de golpe. “A Constituição prevê sim este processo. O que ela não prevê é a invenção de motivos. Eles oscilam entre invenções e falácias”, afirmou.

A petista ainda rebateu os pontos usados como argumento para a abertura do processo de impeachment, ao afirmar que foram regulares os decretos de suplementação orçamentária assinados neste ano, além das chamadas “pedaladas fiscais”. “Pagamos o Bolsa Família sim, pagamos o Minha Casa Minha Vida. Ao fazê-lo, sempre respeitamos as leis que existiam”, disse.

As afirmações foram feitas na cerimônia de abertura da 3ª Conferência Nacional de Juventude nesta quarta-feira, 16. Dilma foi recebida aos gritos de “não vai ter golpe, vai ter luta” e “no meu País, eu boto fé, porque ele é governado por mulher”. Antes da chegada da presidente, o público também gritava “Fora já, fora daqui, o Eduardo Cunha junto com o Levy”, ao mesmo tempo que defendiam a manutenção de Dilma no cargo.

Também participam do encontro o ex-presidente do Uruguai José Mujica e os ministros Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social; Miguel Rossetto, do Trabalho e Previdência Social; Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário; Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Jaques Wagner, da Casa Civil; e Nilma Lino Gomes, da Secretaria das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

Petrobras – Em seu discurso, a presidente também fez uma defesa da Petrobras, dizendo que a estatal continua sendo a maior empresa deste País. “Enganam-se aqueles que acham que a Petrobras não tem a força de antes”, disse. Ela argumentou que o mundo enfrenta a redução do preço do petróleo, mas a empresa tem “todas as condições” de gerar recursos, com destaque para o pré-sal.

 

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