Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
Molina se enroscou com Temer e Kátia Vargas. Vai indo como Badan?
Ricardo Molina, que até o escândalo de Temer com Joesley Batista figurava no cenário nacional como referência, também enroscou-se no caso Kátia Vargas
Frase da vez
“A suspeita sempre persegue a consciência culpada. O ladrão vê em cada sombra um policial”
William Shakespeare, poeta e dramaturgo inglês (1564-1616)
Ricardo Molina, que até o escândalo de Temer com Joesley Batista figurava no cenário nacional como referência (pelo menos para a mídia) entre os peritos criminais, também enroscou-se no caso Kátia Vargas.
Em agosto, ele foi condenado a um ano e três meses de prisão e pagamento de 36 dias-multa por calúnia e difamação contra a delegada Acácia Nunes, do Departamento de Polícia Metropolitana da Bahia (Depom).
A gênese da questão: quando a delegada esteve à frente da investigação das mortes dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, em Ondina, o perito, contratado pela defesa da médica Kátia Vargas, afirmou que Acácia agiu para incriminar sua cliente.
Ele disse a uma rádio local que a delegada Acácia alterou a data do depoimento de uma testemunha que, segundo ele, não teria sido ouvida no dia do crime, mas depois, já influenciada pela cobertura da imprensa.
Molina já se envolveu este ano no caso entre Temer e Joesley, quando foi contratado pela turma de Temer para dar um parecer contra a gravação feita pelo empresário. E deu. Perdeu credibilidade.
Passa a sensação de que ele segue os passos de outro perito famoso nos anos 90, o Badan Palhares. Ele foi acusado de tentar fraudar o laudo da morte de PC Farias, tesoureiro de campanha de Fernando Collor, que acabou sofrendo o impeachment.
O MP na berlinda
Normalmente o Ministério Público tem por hábito elevar à quinta potência as acusações dos milhares de casos que aborda. Há exceções opostas. Ano passado, num caso em Valença, os promotores, com Davi Gallo no time, pediram desculpas a um acusado de homicídio pela fragilidade das provas.
Já há precedente na Bahia. O promotor de Paripiranga, Gildásio Amorim, também já pediu desculpas a um réu em nome do Estado. Ora, se há duas pontas, o exagero e a desculpa, óbvio que também há o meio termo. Eis a questão: a acusação no caso Kátia Vargas, com o Ministério Público à frente, segundo especialistas do Direito criminal, errou na dose.
Tentou demonizar ou monstrificar a acusada e não colou. No juridiquês, tentou qualificar o crime como doloso, com a intenção deliberada de matar, quando o correto seria crime sem dolo (não quis matar, mas matou).
O que se julgou foi se havia dolo ou não. O júri disse não. Kátia foi declarada inocente, o que gerou a sensação de impunidade. O desfecho foi infeliz.
O MP agora pede a anulação do júri. É o óbvio. Teria outro caminho para tentar salvar a honra?
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