Publicado em 01/05/2017 às 15h30.

Mônica Moura define Odebrecht como ‘quarto poder’ do país

Empresária, mulher de João Santana, marqueteiro da campanha da chapa Dilma-Temer, disse em depoimento sigiloso à Justiça Eleitoral, que empreiteira "pagou todo mundo"

Redação
Foto: Rodrigo Félix leal/ Futura Press/ Estadão Conteúdo
Foto: Rodrigo Félix leal/ Futura Press/ Estadão Conteúdo

 

A empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas das chapas vitoriosas do ex-presidente Lula (PT) e de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), definiu a construtora Odebrecht como o “quarto poder” do pais, em depoimento sigiloso à Justiça Eleitoral.

De acordo com o Estadão, a delatora afirmou que a empreiteira expandiu a sua atuação para todas as áreas no Brasil, pagou a “todo mundo” e assumiu totalmente o caixa 2 da coligação petista em 2014. Ela seria a responsável pelas questões financeiras e operacionais da disputa, enquanto o marido cuidava da parte criativa.

Segundo Mônica, a companhia era uma espécie de “banco informal” da campanha. “Vendo hoje o que eu vejo, meio assustada pela amplitude e com a dimensão da coisa que a gente vê aqui, eles pagaram todo mundo. Vejo a Odebrecht como um quarto poder da República, porque eles praticamente estavam em todas as áreas”, informou.

Ela disse que chegou a pensar que o casal era o único que recebia recursos não contabilizados da Odebrecht. . “Eu não imaginava que eles pagavam deputado, que eles pagavam campanha de todo mundo. Não sabia. Não tinha nem a mais pífia ideia”, disse.

Questionada pelo ministro-relator Herman Benjamin se as ações ilícitas continuaram após a Operação Lava Jato, a delatora confirmou. “O senhor imagina que agora, em 2016, não teve caixa 2? É obvio que teve. Mesmo com as medidas tomadas, com um monte de gente presa, houve sim caixa 2, porque não tem como fazer, não existe a possibilidade”, declarou.

A dupla prestou depoimento na última segunda-feira, na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

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