Publicado em 09/06/2016 às 09h18.

Na pesquisa CNT/MDA, Temer mais fedeu do que cheirou

É um pouquinho melhor que Dilma. Na última aferição da presidente afastada, ela teve 11,4% de positivo e 62,4 de ruim

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A política é a arte de captar em proveito próprio a paixão dos outros”

Henri Millon de Montherlant, escritor francês (1896 – 1972)

(Foto: Lula Marques/Agência PT).

 

A pesquisa CTT/MDA, ontem divulgada, mostrou que Michel Temer ainda não acertou o passo. Apenas 11,3% acham o governo dele bom e 30,2%, regular (30,5% não souberam opinar). É um pouquinho melhor que Dilma. Na última aferição da presidente afastada, ela teve 11,4% de positivo e 62,4 de ruim.

Em tese, somando os 30,5% que não souberam opinar e os 62,4% de ruim que Dilma tinha quando saiu do mandato, ele ainda tem uma margem larga para melhorar ou piorar. Mas não é lá algo tão bom.

Em miúdos, a pesquisa quer dizer que ninguém queria Dilma, mas também não bate palmas para Temer; 40,4% acham que a corrupção será a mesma e 50,2% veriam com muitos bons olhos a antecipação das eleições.

Para Temer, se serve de consolo, 68% acreditam que Dilma será cassada e ele fica.

Mas cá para nós, Temer não está induzindo a população a acreditar que ele será a solução que a nação reclama. Mostra-se inseguro. Primeiro: anuncia um déficit de R$ 170 bilhões, depois bota a base aliada para aprovar um reajuste de R$ 58 bilhões para o Judiciário. Segundo: a Câmara aprova a criação de 14 mil novos cargos de confiança, que se somariam aos 25 mil já existentes. Depois ele recua e diz que não vai aceitar.

Ora, recua do que deveria descartar de bate-pronto. É mau sinal.

A votação será terça. Se atender, sairá muito mal. Se não, fica mal também.

(Foto: Divulgação).

 

Emenda zero

O deputado Hildécio Meirelles (PMDB) estava ontem reclamando da apatia dos colegas em votar projetos, como o da LDO: 16 emendas foram apresentadas – quatro dele, seis de Fabíola Mansur (PSB), uma de Marco Prisco (PPS) e outras quatro da oposição – todas sistematicamente deletadas.

— A de Prisco dizia que 10% do valor das emendas impositivas deveriam ir para a segurança. Nem isso passou.

Emenda impositiva é aquela que o deputado sugere, até o valor de R$ 1 milhão cada, e o governo é obrigado a cumprir.

Nunca funcionou a rigor.

Só no próximo

Em meio às discussões finais do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), um grupo de investidores apresentou à prefeitura projeto visando transformar toda a área no entorno da Rua Barão de Cotegipe, na Calçada, em um complexo semelhante ao Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

Diante das possíveis mudanças, o representante da prefeitura logo bradou:

— Só em outro PDDU!

Fiol baiana

A deputada Ivana Bastos (PSD), que é de Guanambi, diz que a expectativa de ver a retomada das obras da Fiol renovou-se com a proposta de Rui Costa à Valec, empresa do governo federal que cuida das ferrovias.

Rui quer que a Fiol passe para a Bahia. Os chineses já compraram parte da Bamin.

(Foto: Rodolfo Buhrer/Paraná Portal).

 

Epigrama do Japonês

A prisão ontem do agente federal Newton Ishii, que na Lava Jato ganhou notoriedade por estar sempre presente em atos de prisões de acusados e, por isso, ficou conhecido como Japonês da Federal, caiu nas malhas de Antonio Lins, que epigramou o fato:

Em meio a tantos tormentos

Eu fico muito surpreso,

São tantos deferimentos

Que até o “japa” está preso

Escravidão infantil

Doze de junho, o próximo domingo, não é só o Dia dos Namorados. É também o Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Os auditores fiscais do trabalho da Bahia, via Delegacia do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, vão marcar a data.

Um dos eventos é a exposição fotográfica no Shopping da Bahia (ex-Iguatemi) Às vezes, criança – um quase retrato de uma infância roubada, do auditor cearense Sérgio Carvalho (CE).

A inauguração é hoje (17h).

Maneca no ataque

Polêmico por vocação, o jornalista Maneca Muniz protocolou ontem na justiça uma representação contra Michel Temer por ter nomeado ministros envolvidos com a Lava Jato.

— Pode até dar em nada, mas estou fazendo minha parte.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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