Publicado em 23/05/2017 às 09h07.

No tabuleiro baiano, ACM Neto perde mais com a derrocada de Michel Temer

Prefeito ganhou "muleta" e "corre o risco até de ver o seu sonhado BRT atropelado pela JBS", diz Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela quantidade de incertezas que ele é capaz de suportar”
Immanuel Kant, filósofo alemão (1724-1804)

ACM Neto vai hoje ou amanhã a Brasília reunir-se com a cúpula do DEM, o partido dele, para avaliar o cenário e ver como vai ficar diante da crise envolvendo Temer.

O partido tem hoje três alternativas: pular fora do governo, ficar ou aguardar mais um pouco para decidir se sai ou fica, esta última, a mais provável. Seja como for, os aliados de Neto avaliam o cenário como muito ruim.

Na Bahia, ele é quem mais perde, como prefeito e como liderança política. Neto ganhou a eleição em 2012 dizendo que Salvador poderia caminhar com as próprias pernas. Aludia ao fato de estar contra os governos federal com Dilma e o estadual com Jaques Wagner. Tomou posse e viu que dá para andar, mas com ajuda de uma muletinha seria bem melhor.

Assim o é que em 2014 apostou tudo numa vitória de Aécio Neves. Perdeu. Com a queda de Dilma e a ascensão de Temer, passou a ser governo. Viu a tão esperada muleta chegar e finalmente assinou o contrato do BRT, nomeou aliados para postos chaves, enquanto o governador Rui Costa passou a ver o inverso, muitos tapinhas nas costas, e nada anda.

Para quem nada tinha, o pouco de Neto foi uma maravilha. Agora ele mergulha na incerteza, administrativa e política. Corre o risco até de ver o seu sonhado BRT atropelado pela JBS.

Com rodoviários

E por falar em Neto, ele botou o dedo no acordo que evitou a greve dos rodoviários em Salvador. Pediu que eles dialogassem, foi atendido, recebeu um pedido, atendeu.

Os rodoviários querem um terreno na área dos Dois Leões, Sete Portas, para fazer uma nova sede. Vão ganhar.