Publicado em 07/07/2016 às 09h41.

O carlismo em 2006, velho e carcomido, agora é quem cheira a novo

Olhando os cenários daqueles anos e os de hoje, não tem nada que favoreça o lado petista, muito pelo contrário

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Estamos todos deitados na sarjeta, mas alguns estão olhando para as estrelas”

Oscar Wilde, poeta e escritor irlandês (1854-1900)

(Foto: Carol Garcia/GOVBA).
(Foto: Carol Garcia/GOVBA).

 

Diz Jaques Wagner não estar preocupado com a indefinição da banda governista em Salvador porque, fala ele, a experiência já demonstrou que eleição só define nos últimos 15 dias antes do pleito.

Diz ACM Neto que, para ele, quanto menos campanha, melhor.

Até certo ponto os dois estão certos. Wagner, por falta de uma desculpa melhor. Neto, por estar tocando uma administração bem avaliada, quanto menos guerra, embate, melhor.

Wagner evoca tais argumentos com base nas experiências dele em 2006 e a de Rui Costa em 2014. Olhando os cenários daqueles anos e os de hoje, não tem nada que favoreça o lado petista, muito pelo contrário. Veja:

2006

Lula era presidente com o Bolsa Família e o PT cheirando a novo. Paulo Souto, governador, ainda teve o desserviço do padrinho ACM, velho e carcomido no poder, que cometeu a besteira de federalizar o debate.

Traduzindo: ficou xingando Lula enquanto Wagner fez o oposto. Lula estava na televisão todo minuto pedindo para ele.

2014

Todas as pesquisas na Bahia apontavam Wagner como governador bem avaliado (nunca menos que 54% de bom, ótimo e regular) e Dilma como favorita (nunca menos que 63).

O marketing petista colou Rui no “Time de Lula”. Enquanto Paulo Souto não tinha referência federal. Aécio Neves não decolava, Marina Silva subiu e desceu e, quando Aécio reagiu, já era tarde.

A oposição adotou a tática certa, tentar estadualizar o debate com o escândalo Dalva Sele. Não colou.

2016

Quem está velho e carcomido é o PT. E quem cheira a novo é Neto.

(Foto: Pedro França/Agência Senado).

 

Esperando Lídice

Só amanhã Lídice da Mata deve decidir se será candidata a prefeita de Salvador para enfrentar ACM Neto ou não. Ela até se inclina a aceitar, mas o problema está no fato de que os candidatos a vereador do PSB, resistem em coligar com o PT na proporcional.

O PSB elegeu, em 2012, Sílvio Humberto e Fabíola Mansur (que se elegeu deputada).

Tem chance de abocanhar mais uma vaga com o Capitão Tadeu e é aí que a porca torce o rabo: os “vereadoráveis” acham que coligados com o PT vão sumir do mapa.

Foi pelo mesmo motivo que a união do PT com o PCdoB não rolou.

Aliás, comunistas e socialistas dizem que os petistas sempre foram apoiados. E agora, na hora de apoiar, cobram deles os olhos da cara.

Jabes fora

Com problemas no olho esquerdo em consequência de uma cirurgia de catarata mal sucedida (já fez cinco), Jabes Ribeiro (PP), prefeito de Ilhéus pela quarta vez e forte para disputar o quinto mandato este ano, convocou ontem a imprensa ilheense e anunciou: estava se licenciando do mandato outra vez por mais 15 dias e também que está fora do páreo este ano.

Ele disse que já está com 66 anos e optou por cuidar da saúde.

O vice sobe

O fato sacudiu a política de Ilhéus. O deputado Bebeto Galvão (PSB) e Carmelita Souza (PT) dividiam com Jabes a condição de candidatos mais competitivos. E agora, perguntam por lá: quem Jabes vai apoiar?

Ele não disse aos jornalistas, mas já falou com aliados próximos: fica com o vice-prefeito, Carlos Andrade Filho (PMDB).

Não aos políticos

A Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) está mapeando o perfil dos procuradores municipais no país.

O diagnóstico vai subsidiar meta da entidade que visa acabar com as indicações políticas para o cargo, uma prática comum nas cidades do interior. Mais de cinco mil procuradorias municipais são alvos do estudo.

Em Salvador, 90 procuradores (concursados) atuam em diversas áreas, segundo a presidente da Associação dos Procuradores Municipais da capital, Lisiane Guimarães.

Filho maldito

A rivalidade entre a Prefeitura de Salvador e a Embasa sobre esgotos fedorentos continua, com um empurrando para o outro a paternidade do filho maldito.

A vez agora é do Condomínio Amazônia. A Embasa diz que é com a prefeitura e o síndico Pedro Silva diz que já ligou 73 vezes para a Seman, até agora sem retorno.

Eles que aguentem o bafo de merda.

Jingle em promoção

Autor dos mais marcantes jingles de campanhas eleitorais nos quatro cantos do território baiano, Chocolate da Bahia decidiu este ano fazer preços em promoção:

— O desconto é de 80%. Nós temos a crise e mais o dinheiro curto para as campanhas eleitorais, o que é um fato novo.

Ele diz que a estratégia deu certo. A procura tem aumentado muito.

No Extremo Sul

O mundo empresarial do extremo sul baiano, um dos grandes vetores do PIB baiano (com o Complexo de Camaçari e o agronegócio do oeste) se agitou no início deste mês. A rodada de negócios realizada pelo evento LiderAção, promovida pela Veracel Celulose, Associação Empresarial do Extremo Sul e Instituto Euvaldo Lodi proporcionou a movimentação de R$ 24 milhões.

O LiderAção intencionou justamente integrar comercialmente o extremo sul. Mais de 120 empresas, entre compradores e fornecedores, participaram entre os dias 30 e 1º. A empresária Mônica Burgos, da Avatim Cheiros da Terra, segmento de cosméticos, fez a palestra principal.

A homenagem foi patrocinada pelo vereador Sílvio Humberto (Foto: Divulgação).
A homenagem foi patrocinada pelo vereador Sílvio Humberto (Foto: Divulgação).

 

Primeira mestra

Tida como a primeira mulher mestre de obras da Bahia, Maria do Amparo, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, recebe hoje (18h30) a Comenda Maria Quitéria da Câmara de Salvador.

A homenagem foi patrocinada pelo vereador Sílvio Humberto (PSB).

 

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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