Publicado em 07/12/2017 às 07h40.

Paga pela Câmara, doméstica trabalhava para mãe de Jonga Bacelar

A PGR colheu depoimentos de funcionário do gabinete de Bacelar que declararam nunca ter visto Maria do Carmo no local

Alexandre Galvão
Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

 

Paga pela Câmara dos Deputados, a empregada doméstica Maria do Carmo Nascimento trabalhava para a mãe do deputado federal João Carlos Bacelar (PR), segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em depoimento, Maria afirmou que “desde 2002 é empregada da família de Bacelar [o pai do deputado], tendo trabalhado diretamente com este entre os anos de 2002 a 2008”. “Com o falecimento de João Carlos Paolilo Bacelar, passou a trabalhar com João Carlos Paolilo Bacelar Filho até o ano de 2011, a partir do qual passou a trabalhar diretamente com a Sra Lígia Silva Bacelar, viúva de João Bacelar”, diz a peça.

Para a matriarca da família, Maria do Carmo prestou serviços domésticos em sua residência. Além disso, a doméstica disse que nunca foi servidora da Câmara. A PGR ressalta no documento que a trabalhadora é “simples” e o depoimento “evidencia a sua verdadeira atividade laboral”.

Além da própria declaração da investigada, a PGR colheu depoimentos de funcionários do gabinete de Bacelar que declararam nunca ter visto Maria do Carmo no local.

Na tentativa de justificar a nomeação de Maria do Carmo como servidora comissionada da Câmara dos Deputados, Jonga Bacelar, nos autos do inquérito civil, afirmou que ela prestava o serviço de copeira, atividade distinta da exercida por um secretário parlamentar.

No quadro de remunerações da Casa, de 2007 a 2011, a funcionária fantasma recebeu entre R$ 2,4 mil e R$ 3,7 mil. Pelas irregularidades identificadas, a PGR pede a perda de mandato do deputado baiano.

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