Publicado em 20/06/2016 às 09h17.

Para Neto, quanto menos campanha, melhor. Ele só tem a ganhar

Em 2016, serão apenas 45 dias de embate. Neto sabe da vantagem e tira proveito

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Como as coisas andam, a política nada mais é que corrupção”

Jonathan Swift, escritor irlandês (1667 —1745)

(Foto: Reprodução/Facebook ACM Neto).

 

Deus e o mundo sabem que ACM Neto é candidato à reeleição, mas ele nunca admitiu. Sequer fala do assunto e os seus interlocutores, mesmo aliados, também não ousam nem conversar sobre o vice. Só esperam o comando do ‘chefe’.

Ora, a equação é simples. Em 2016, as campanhas eleitorais serão mais curtas no tempo e no dinheiro. São apenas 45 dias de embate, ele sabe da vantagem e tira proveito.

Aliás, quem está na máquina já leva uma baita vantagem. Mais ainda num cenário como o de Salvador, em que ele sequer tem, até agora, adversários competitivos.

E do segundo, a falta de recursos dada à proibição da doação privada de campanhas, já disse a todos, incluídos candidatos a vereador:

– Se virem. Porque não vamos ter dinheiro. E vocês só vão me ver falando de campanha depois de 15 de agosto. Antes, nada. Não trato do assunto A campanha é curta e o dinheiro também.

BRT 1

Neto e o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, selaram a liberação da primeira parcela para o financiamento do BRT, algo em torno de R$ 108 milhões, fora outros R$ 300 milhões já assegurados, de um total de R$ 500 milhões pretendidos..

O Ministério das Cidades concordou em fatiar a obra em duas etapas, uma do Iguatemi até o Lucaia e outra daí até a Lapa.

Neto diz que vai preferir fazer de trás para frente, ou seja, do Iguatemi para a Lapa, o que inclui dois complexos de viadutos, um na Avenida ACM, nas proximidades da confluência com o Parque da Cidade, e outro no Lucaia-Garibaldi.

— Se tudo correr como esperamos, acho que faremos a licitação da obra ainda este ano.

BRT 2

O BRT foi motivo de sucessivas promessas feitas por Dilma a Neto, inclusive, com uma negociação que levou os quatro deputados do DEM baiano a votar a favor de um reajuste do governo.

Dilma não cumpriu, Neto se sentiu traído, embora nem tanto. O negociador da época, em favor de Dilma, foi Temer, agora presidente. Aí, a coisa andou rápida:

— Foi Geddel. Ele correu atrás.

(Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados).

 

Alice na fita

O PCdoB fechou questão: a deputada Alice Portugal é candidata a prefeita e ponto final.

Isso sepulta as chances de a banda governista formar uma chapa entre ela e a senadora Lídice da Mata.

Lídice, que ficou de responder se topa ou não depois do São João, já disse que não gostaria de bater chapa com a amiga Alice.


SOS Elinaldo

Líder nas pesquisas em Camaçari, mas enroscado com a Justiça por conta de envolvimento com o jogo do bicho, o vereador Antonio Elinaldo (DEM) descartou a ajuda que estavam querendo lhe dar.

Ele é o segundo suplente de deputado da coligação de Paulo Souto e pretendiam que dois titulares se afastassem para ele assumir o mandato. Ganharia foro privilegiado e disputaria em paz, mas Elinaldo descarta:

– Não tenho interesse. Vou permanecer vereador e candidato.

Palanque dividido

Desde que Michel Temer assumiu a Presidência, pela primeira vez um conjunto do Minha Casa Minha Vida foi inaugurado. O palanque, antes exclusivo dos petistas, foi dividido entre Rui Costa de um lado, ACM Neto, Geddel e Gilberto Occhi, presidente da Caixa, de outro.

A separação ocorreu nos realeases do governo e da prefeitura de Salvador.

O fato era o mesmo, mas pelos atores listados num e noutro, nem parecia.

O do governo só Rui Costa. O da prefeitura, Neto, Geddel e Occhi.

Bobagem zero

Após a queda do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, o site da revista Época publicou que o próximo será Geddel (Governo).

Um repórter perguntou a Geddel ontem o que ele achava disso:

— Não comento bobagens.

O foco de Muniz

Com menos de um mês que assumiu o Senado na vaga de Walter Pinheiro (está na Secretaria de Educação do Estado), Roberto Muniz (PP) já arranjou espaços e definiu um foco.

Está em cinco comissões, mas vai botar força mesmo na Infraestrura, sua predileção.

— O Brasil tem um déficit em infraestrutura que dá um prejuízo de R$ 150 bilhões.

E como vai votar no impeachment?

— Ainda estou avaliando.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

 

Foguetes para Rui

A pesquisa do Instituto Paraná, encomendada pela Itapoan/Record, foi recebida com festa pelos aliados de Rui Costa, que aparece com 61% de avaliação positiva. Dizem eles que, com a crise econômica e política, é uma vitória.

Aliás, caso é raro entre os governadores. A maioria está em bancarrota.

Embate grapiúna

Na lista suja do TCE, junto com o seu adversário histórico, Geraldo Simões (PT), Fernando Gomes (DEM), ex-prefeito de Itabuna, diz que está no páreo para a disputa deste ano, para o que der e vier:

— Esse problema atinge quem é ladrão. Não é o meu caso. O problema lá é de falta de documentação. Quem trabalha com gente sempre corre esse risco.

Os novos

Fernando Gomes também ataca os novos pretendentes, Augusto Castro (PSDB) de um lado e Davidson Magalhães (PCdoB):

— Não deu certo. Eu botei um (Capitão Azevedo) foi um fracasso. Veio outro (Vane, o atual prefeito), uma tragédia.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.