Publicado em 04/06/2019 às 18h20.

Percentual de brasileiros que querem armas dobra, mas maioria ainda é contra

Segundo pesquisa, 43% dos brasileiros gostariam de ter uma arma de fogo para se defender

Redação
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Foto: Arquivo/Agência Brasil

 

O número de brasileiros que teriam uma arma de fogo para sua segurança dobrou nos últimos sete anos, de acordo com o Barômetro das Américas (Lapop), pesquisa de opinião que avalia a percepção sobre democracia, instituições políticas e outros temas no continente americano. O Brasil segue na contramão das demais regiões.

Contudo, segundo o levantamento, esse grupo ainda não chegam a ser maioria. Entre janeiro e março, o Barômetro entrevistou 1.498 brasileiros em cidades de todo o país. A pesquisa é coordenada pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, e é realizada desde 2006, em geral a cada dois anos. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Em 2012, quando a pergunta foi feita pela última vez, 21% disseram que, se pudessem, teriam uma arma. Agora, são 43% —ainda a minoria, portanto.

A mesma pergunta foi feita em outros quatro países: Peru, Equador, El Salvador e Guatemala. Estes dois últimos registram duas das maiores taxas de homicídios do mundo. Em 2012, o Brasil era o último no ranking de apoio às armas. Agora, fica em terceiro lugar, perdendo para Peru (49%) e Equador (46%).

O Brasil também foi o único país que apresentou crescimento no índice. Em todos os outros países não houve variações significativas nos números. Diretora do Instituto Igarapé e especialista em segurança pública, Melina Risso acredita que o menor desejo de ter uma arma entre os salvadorenhos e guatemaltecos seja explicado pelo mesmo fenômeno observado em pesquisas sobre armamento nas periferias brasileiras.

Desde o início do seu governo, Jair Bolsonaro (PSL) publicou três decretos mudando as regras que estabelecem quem pode ter uma arma no país. Segundo seu ministro da Justiça, Sergio Moro, a medida não é uma política para a segurança pública, mas o cumprimento de uma promessa de campanha. Os decretos estão sendo questionado no Supremo Tribunal Federal por supostamente extravasarem os limites estabelecidos pelo Estatuto do Desarmamento, o que não poderia ser feito pelo Executivo. Com informações da Folha de S. Paulo.

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