Publicado em 14/03/2017 às 12h30.

Prefeito recua e diz que Glauber ‘não será tratado no campo político’

Político filiado ao DEM, com mandatos desde 2003, ACM Neto adota tom de João Dória de demonizar política; sobre deputada Tia Eron, arrematou: “não estou preocupado como vocês”

Evilasio Junior
Foto: Max Haack/ Secom PMS
Foto: Max Haack/ Secom PMS

 

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), recuou em relação ao projeto, em tramitação na Câmara de Vereadores, que pretende tomar do Estado a área onde está instalado o Cine Glauber Rocha, no centro da cidade.

Se na segunda-feira (13) o discurso foi de que o local, cedido ao governo pelo próprio Legislativo soteropolitano em 1973, vai abrigar um “conjunto de intervenções integradas”, nesta terça (14), após o detalhamento sobre as obras do BRT, o democrata não assumiu o acordo para retirar a matéria da pauta, mas fez um aceno.

“Eu disse ao presidente da Câmara [Leo Prates] ontem que, primeiro, eu não tenho nenhuma urgência em votar esse projeto, segundo que não tenho nenhuma dificuldade de chegar a um entendimento com o governo do Estado. Eu só não dou uma posição final agora porque quero ouvir primeiro Fernando Guerreiro e a Fundação Gregório de Mattos”, disse o alcaide, em conversa com o bahia.ba, ao estimar um encontro “ainda esta semana” com o presidente da FGM.

Embora a proposta tramite em uma casa política e o plano para área seja elaborado por outra, que é o Executivo, que se compromete ainda em atrair recursos privados, Neto adotou o tom de “gestor”, em moda desde a ascensão do empresário João Dória (PSDB) à Prefeitura de São Paulo.

“Eu não tenho nenhum interesse em transformar isso em objeto de disputa com o governo do Estado. Jamais tive. Havia uma demanda por parte da Fundação Gregório de Mattos, que foi debatida com a Câmara de Vereadores, por conta (sic) daquele sítio onde está o Teatro Gregório de Mattos. […] Eu não tenho nenhum interesse em gerir ou de ter a propriedade do Glauber Rocha. Não tem nenhum sentido esse tipo de discussão. O meu interesse é que essa área, dentro do projeto que nós estamos desenvolvendo para o Centro Antigo, consiga ser dinamizada. Da minha parte, esse assunto não será tratado no campo político”, cingiu.

Responsável por nomear uma deputada federal para a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), o prefeito afirmou ainda que irá nesta terça a Brasília para tentar trazer Tia Eron (PRB) de volta à capital baiana. Com apenas 30 dias de trabalho, a parlamentar deixou o Palácio Thomé de Souza há mais de um mês para votar na eleição da Câmara Federal e não mais retornou. ACM Neto minimiza.

“Ela, nesse momento, está na Câmara dos Deputados, inclusive cumprindo uma missão oficial pela Câmara dos Deputados, e havendo uma decisão ou um desdobramento vocês serão informados. A secretaria funciona normalmente, está no regular curso das suas ações, em mãos muito qualificadas, então não estou preocupado como vocês”, arrematou o gestor, que exerce mandatos eletivos desde 2003, quando foi eleito para uma cadeira no Congresso.

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