Publicado em 05/01/2017 às 08h51.

Punido pelo PT, Moisés revela conspiração e fala em armadilha

"Não construí uma parceria com Suíca, mas neste caso, ficarei junto com ele. Não me chame para conspirar contra preto", diz vereador

João Brandão
Foto: Evilásio Junior / bahia.ba
Foto: Evilásio Junior / bahia.ba

 

Punido pelo PT por 60 dias por ter desobedecido a orientação da legenda e votado em Leo Prates (DEM) para presidência da Câmara de Salvador, o vereador Moisés Rocha disse que a decisão do partido foi tomada pelo “caminho do golpe, da armação”. Segundo o petista, alguém do diretório da sigla disse a ele que a razão do processo disciplinar foi o colega Luiz Carlos Suíca, também punido.

“Me falaram: o problema não é você, Moisés. Antes, não era o companheiro J. Carlos, era Carballal. Tiraram Carballal. Não construí uma parceria com Suíca, mas neste caso, ficarei junto com ele. Não me chame para conspirar contra preto. Aí ele disse: ‘Mas os brancos de lá [do governo] não gostam da gente’. E eu disse: ‘Os brancos daqui também'”, afirmou, em entrevista ao programa “Na Boca do Povo”, com Evilásio Júnior, na rádio Excelsior 106,1 FM, nesta quinta-feira (5).

Rocha declarou que a vereadora Marta Rodrigues (PT) tentou um cargo na Mesa Diretora na chapa de Leo Prates (DEM), mas “chegou atrasada” e, por isso, lançou candidatura própria. “Teve um golpe [impeachment de Dilma] que condenamos, aí chega nas estruturas internas e se comporta de maneira igual ou pior. Lá em Brasília, na Câmara Federal, houve votação para presidência da Câmara, não tinha composição de Mesa Diretoria. A bancada do PT votou em [Rodrigo] Maia (DEM), articulada por deputado baiano Afonso Florence (PT), sem ter um cargo na Mesa. Agora o PT está negociando com Maia de novo, agora, desta vez, com participação na Mesa”, disparou.

Os edis foram suspensos dos direitos partidários por 60 dias e serão alvo de abertura de processo por infidelidade pela comissão de ética, que pode culminar na expulsão de ambos da sigla. De acordo com Moisés, a própria candidatura de Marta foi um “teste” para verificar o seu comportamento e o de Suíca.

“Recebo com indignação e surpresa [a decisão]. Desde o começo esse processo é extremamente equivocado. Vi duas declarações infelizes de Marta. Primeiro ela disse que a sua candidatura quem tinha que informar era a direção do partido, e não ela. Candidato tem que dialogar e pedir voto. A segunda quando ela declara que a sua a candidatura foi posta para testar a posição dos vereadores. Nós também sabíamos que estavam colocando uma armadilha”, disse.

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