Rui diz que se sente ‘orgulhoso’ por AL-BA ter se definido ‘por si própria’

Um dia após a eleição de Ângelo Coronel (PSD) a presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o governador Rui Costa (PT) negou ter errado na estratégia política, bem como ter apoiado o deputado Marcelo Nilo (PSL), que renunciou após ver a derrota ser sacramentada. De acordo com o petista, o seu chefe de gabinete, Cícero Monteiro, acusado pelo senador Otto Alencar (PSD) de assediar deputados em favor de Nilo, não telefonou para ninguém. “Cícero não fez isso. Está claro que isso não foi feito”, assegurou. O chefe do Executivo baiano disse que se sente “feliz e orgulhoso” por ter acompanhado a AL-BA “definir por si só” a composição da nova Mesa Diretora.

“Todos tomam surpresa quando um governador acompanha, faz a mediação, mas permite que três deputados da sua base disputem legitimamente a Mesa. Qual o problema que tem isso? Aqui, nós precisamos de uma vez por todas sepultar aquele sentimento do passado que insiste em voltar, eu diria, mesmo em algumas canetas da imprensa. Um sentimento autoritário de que o governador teria que impor ou determinar que fulano saísse da disputa ou que fulano entrasse. Usar a força da máquina pública para aniquilar o sonho, o desejo, a vontade, de deputados e deputadas ocuparem a Mesa da Casa. Por que o governador tem que fazer isso, gente? Não é essa sociedade que eu defendo. Eu defendo um parlamento autônomo. Isso aqui é uma casa do Legislativo, não é casa do Executivo”, afirmou Rui, em entrevista à imprensa, nesta quinta-feira (2), antes da leitura da mensagem do Executivo, que marca a abertura dos trabalhos na Casa em 2017.

Especificamente sobre Coronel, o governador desejou a ele “toda a sorte do mundo” e declarou não acreditar que, mesmo apoiado pela oposição, o parlamentar interfira negativamente em sua atuação aos planos do governo. “Com certeza, o Ângelo Coronel terá o mesmo compromisso, não com o governador, terá o mesmo compromisso com o povo da Bahia para votar aqueles projetos que ajudem o povo e que tem orgulhado os baianos”, disse, ao citar que, na Lavagem do Bonfim, atrasou o percurso em duas horas devido ao reconhecimento popular: “Fui parado o caminho inteiro com as pessoas dizendo que sentem orgulho no nosso estado”.