Publicado em 18/10/2017 às 08h04.

Senado salva Aécio Neves e avacalha ainda mais a honra da política nacional

Pelo que se viu ontem no Senado, os nossos digníssimos representantes acuados pela Lava Jato tentam transformar o mocinho em bandido

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“O maior ladrão não é o que rouba por nada ter, mas o que tendo dá a morte, para roubar mais”
Francisco Quevedo, escritor espanhol (1580-1645).

Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado
Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado

 

Ninguém duvidava que o senador mineiro Aécio Neves ficaria livre e leve para exercer o mandato, se dependesse do julgamento do Senado. Até se previu que ele teria 30 votos certos contra. Teve menos, apenas 26.

Como também ninguém duvida que a Câmara vai salvar Michel Temer, de novo.

Aliás, pelo que se viu ontem no Senado, os nossos digníssimos representantes acuados pela Lava Jato tentam transformar o mocinho em bandido. Rodrigo Janot apanhou, por estar supostamente querendo macular ‘a inviolabilidade dos mandatos’.

Já se sabe que no Brasil representação política é descasada dos representados. E os representantes nem tchum na intenção de reabilitar a credibilidade perdida.
Muito pelo contrário. O Congresso que já está negativado reafirmou o privilégio de cometer crimes impunemente.

Delcídio e Waltinho

Não seria Walter Pinheiro quem deixaria Aécio ser aprovado com a omissão dele, já que Roberto Muniz, o suplente dele no Senado, está nos Emirados Árabes.

Delcídio, o senador matogrossense do PT que acabou cassado era tão amigo de Pinheiro que o chamava de Waltinho.

Assim que o Senado aprovou a cassação dele, a primeira preocupação de Delcídio foi perguntar a quem foi lhe dar o resultado:

— E como foi que Waltinho votou?
— Contra.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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