Publicado em 16/01/2018 às 08h30.

Wagner admite que PT adotará ‘plano de emergência’ se Lula for barrado

Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico afirmou que não gosta de falar em estratégia, sem o ex-presidente, para “não jogar água no moinho” dos adversários

Rodrigo Daniel Silva

Pela primeira vez, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE) e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), admitiu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ficar de fora da eleição deste ano e, neste cenário, o partido, segundo ele, terá que adotar um “plano E, de emergência”.

Em entrevista à rádio Metrópole nesta terça-feira (16), Wagner ressaltou, porém, que não gosta de falar em estratégia, sem Lula, para “não jogar água no moinho” dos adversários. Neste sentido, frisou, que “não é plano B nem C”. O petista falou que não parte do pressuposto de que Lula será condenado, pois, as acusações são “inconsistentes”.

No dia 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgará o recurso do ex-presidente. Lula foi condenado, em julho do ano passado, pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância, a nove e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A acusação é de que o petista ocultou a propriedade de uma cobertura triplex em Guarujá, no litoral paulista, recebida como propina da empreiteira OAS, em troca de favores na Petrobras. Foi a primeira vez, na história, que um ocupante da Presidência foi condenado por um crime comum no país.

Eleição na Bahia – O titular da SDE afirmou ainda não acreditar em racha no grupo do governador Rui Costa (PT). Também se mostrou descrente sobre a possibilidade de o deputado Cacá Leão (PP) – filho do vice-governador, João Leão (PP) – migrar para o lado do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

Wagner afirmou também que, se Lula for barrado pela Justiça, o sentimento de “justiça” do povo pode ajudar Rui na reeleição.