Publicado em 10/04/2019 às 19h40.

Monumento ao Dois de Julho passa por restauração após 16 anos

A pintura foi removida nos oito candelabros em ferro fundido, junto com seus ornamentos, por apresentarem oxidação generalizada

Redação
Foto: Jefferson Peixoto/Secom
Foto: Jefferson Peixoto/Secom

 

Um dos símbolos mais expressivos da Independência do Brasil na Bahia, o Monumento ao Dois de Julho, na Praça do Campo Grande, começou a passar por uma completa restauração. A revitalização corre após 16 anos.

A intervenção é coordenada pela Prefeitura, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), e executada pelo Studio Argolo Antiguidades e Restaurações. A expectativa é que a ação seja finalizada para as comemorações do Dois de Julho, de forma que a população possa celebrar o evento sem prejuízos.

“A empresa (Studio Argolo) está empenhada para entregar a obra nesta data, embora o contrato preveja prazo até final de setembro. Por se tratar de restauro, pode haver surpresas. Há muitas peças para fazer réplicas e reconstituições em bronze, que devem ser feitas em São Paulo”, disse diretora de Patrimônio e Humanidades da FGM, Milena Tavares.

Quem passa pela Praça do Campo Grande encontra andaimes instalados ao redor do monumento. A pintura foi removida nos oito candelabros em ferro fundido, junto com seus ornamentos, por apresentarem oxidação generalizada.

Os itens passam por tratamento com camada protetora anti ferrugem, além da consolidação das trincas e fissuras, por meio do preenchimento com massa de resina epóxi e fibra de vidro. Também estão sendo providenciadas complementação de partes consumidas pela oxidação e de elementos decorativos fitomorfos desaparecidos.

Imponência – Criado na Itália pelo artista italiano Carlo Nicoli y Manfredini, e inaugurado em 1895, o Monumento ao Dois de Julho alcança a altura de 25,86 metros e possui uma estética neoclássica. É só passar pela Praça do Campo Grande, seja dia ou noite, para enxergar de longe a imponente peça, constituída de pedestal de mármore de Carrara, onde se assenta uma elegante coluna de bronze.

No topo, chama atenção o principal personagem da composição: um caboclo com 4,1 metros de altura, munido com arco e flecha e armado com uma lança, matando um dragão, que representa a tirania portuguesa. O indígena representa a identidade, a nacionalidade e a liberdade do povo brasileiro que lutou pela independência.

Na base da coluna, outras duas figuras atraem olhares: uma escultura de mulher representando a Bahia e outra representando Catharina Paraguaçu, a índia tupinambá, mulher de Caramuru, com o lema “Independência ou Morte” em seu escudo.

Ainda integram a riqueza de detalhes do monumento símbolos e ícones que representam batalhas, nomes de heróis e os principais rios da Bahia, São Francisco e Paraguaçu. Sem falar da cachoeira de Paulo Afonso, as águias e leões instalados na estrutura, que significam liberdade e república.

Há também oito candelabros, de sete metros, adaptados para iluminação a gás, além de mosaicos com referências a eventos da História do Brasil.

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