Publicado em 27/09/2016 às 10h40.

Obras do Centro de Convenções não tinham alvará da Sucom

A informação foi do secretário da pasta, Sérgio Guanabara, que explicou que o órgão não tinha autorizado a reforma do 1º e 2º andares, com substituição de tirantes

Redação
Foto: Leitor/bahia.ba
Foto: Leitor/bahia.ba

 

A obra que era realizada no local em que ocorreu o desabamento de parte da estrutura do Centro de Convenções, na sexta-feira (23), não tinha autorização da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) e era considerada, portanto, irregular. A informação foi confirmada ao jornal Correio pelo secretário da pasta,  Sérgio Guanabara, que explicou que a reforma do primeiro e segundo andares, com instalação de tirantes de sustentação entre os pavimentos, não tinha autorização. “Essas reformas não foram objeto de licenciamento da Sucom. Qualquer obra tem que ter nossa autorização. Nem o estado, nem a empresa responsável nos solicitou alvará”, apontou Guanabara. “Isso é muito grave. Uma obra pública desse porte estava irregular. Deu no que deu”, reforçou.

Desde meados de 2015, o Centro de Convenções está interditado pela Sucom, que atendeu a uma recomendação do Ministério Público na época. Na segunda-feira (26), o autor do projeto estrutural do Centro de Convenções, na década de 1970, o engenheiro civil Carlos Emílio Meneses Strauch, disse que houve demora no início das obras daquela etapa da reforma. Ele confirmou que o projeto de reforço da estrutura, também de sua autoria, estava pronto desde o ano passado. “Em novembro, fechamos o orçamento da obra. Mas até antes disso, apresentamos o projeto ao estado e recomendamos que fosse executado de forma emergencial”, disse.

A Secretaria Estadual do Turismo (Setur) informou que a reforma foi conduzida de foram emergencial e cumpriu todas as exigências legais. Já segundo o governador Rui Costa, foram contratadas empresas especializadas e “o equipamento estava em obras de reforço estrutural”. “O prejuízo material foi menor do que a perda de vidas”, argumentou.

O serviço a ser realizado era a substituição de 21 tirantes em adiantado estado de corrosão, que comprometiam a estabilidade do trecho estrutural daquele nível do prédio. A oxidação das peças de ligação dos tirantes com as vigas do piso provavelmente causou o desmoronamento. “Essas ligações estavam bem oxidadas”, explicou o engenheiro.

A empresa Metro Engenharia e Consultoria, responsável pela execução do serviço de recuperação e substituição de vigas e pilares metálicos, apresentou um relatório do próprio engenheiro responsável, onde ele exime a empresa de responsabilidade. “A Metro não teve nenhuma responsabilidade no ocorrido e isto só ocorreu devido ao adiantado grau de oxidação das ligações dos tirantes originais com as vigas do nível 33”.

Notificação – O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) notificou, nesta segunda-feira (26), a Setur e a empresa Metro Engenharia e Consultoria,  responsável pelas obras do Centro de Convenções.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.