Publicado em 30/10/2017 às 12h00.

Bahia registra maior número absoluto de crimes no Brasil em 2016

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na manhã desta segunda-feira (30)

Luiz Felipe Fernandez
Foto: Amanda Oliveira/GOVBA
Foto: Amanda Oliveira/GOVBA

 

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2017, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na manhã desta segunda-feira (30), aponta que a Bahia figura na liderança entre os estados com o maior número de mortes violentas intencionais em 2016, com o total absoluto de 7.110 óbitos.

O dado é a soma dos homicídios dolosos, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, número de policiais assassinados em confronto e morte decorrente de intervenção policial (em serviço ou fora).

Ao todo, são quase mil mortes a mais do que no ano de 2015, em que foram registradas 6.273. Já a taxa, que é a quantidade de mortes por 100 mil habitantes, cresceu de 41,3%, para 46,5% no estado.

No Brasil, a média é de 29,9%. No quesito proporcional entre ocorrências e números de habitantes, a Bahia aparece na sétima colocação entre os estados com a maior taxa de homicídios, atrás de Sergipe (64%), Rio Grande do Norte (56,9%), Alagoas (55,9%), Pará (50,9%), Pernambuco (47,6%) e Amapá (49,6%).

Em nota, a SSP-BA Contesta a metodologia do estudo e diz que os dados não são confiáveis. Veja a íntegra:

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia não participou do preenchimento do questionário enviado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, para alimentação do 11a  Anuário de de Segurança Pública. A Bahia optou por não colaborar com a pesquisa, após receber documento do próprio Fórum, informando que “o Ministério da Justiça […] não logrou êxito em coordenar esforços metodológicos de classificação de ocorrências e o referido sistema hoje não apresenta dados confiáveis […]”, conforme documento anexado (itens 6, 8, 11 e 12).

 A SSP entende que é impossível, no Brasil, estabelecer rankings entre os estados se cada localidade adota uma metodologia diferente na contagem dos crimes. O próprio Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo Anuário, reconhece o problema e ressalta que não é indicado a classificação das federações.

Várias mortes sendo contabilizadas como apenas um crime violento, além de inúmeras casos de morte  violenta registradas como “crime a esclarecer” interferem consideravelmente no posicionamento dos estados . Inclusive, na última reunião do Colegiado de Secretários de Segurança do Nordeste, realizada em agosto de 2017, um ofício foi enviado para o Ministério da Justiça, assinado por todos os integrantes, solicitando a uniformização dos dados.

A SSP reforça o empenho dos policiais no combate aos crimes contra a vida, sendo feito principalmente com maior foco na atuação dos traficantes, haja vista que 80% das mortes têm ligação com essa prática criminosa (rivalidades e usuários que não pagam pelo consumo). Destaca que Salvador tem reduções consecutivas dos índices. Acrescenta que em 2016, comparado com 2015, houve um acréscimo na RMS e interior, porém com ações efetivas os números do primeiro semestre de 2017 já mostram diminuições nas duas regiões.

Importante ressaltar ainda que a proposta do questionário de avaliação, respondido pela Bahia desde 2014, é apresentar um diagnóstico dos estados para um Plano de Segurança Nacional, no entanto, a iniciativa tem se mostrado uma ferramenta inútil, já que as conclusões e interpretações feitas pelo Fórum não são utilizadas pelo Ministério da Justiça. Prova disso é que a área da segurança pública da Bahia, desde 2014 no grupo 1 –  como são qualificados os estados com melhor qualidade de preenchimentos das informações – não recebeu qualquer destinação do orçamento do Ministério da Justiça desde 2014“.

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