Publicado em 03/08/2017 às 16h20.

Número de baleias mortas em 2 meses é igual à média anual de 2016

Chegado o mês de junho, é natural que as jubartes saiam das terras nortenhas em direção às zonas tropicais. O percurso, no entanto, nem sempre é sossegado

Fernanda Lima
Foto: Reprodução/SOS- Baleias e Golfinhos
Foto: Reprodução/SOS- Baleias e Golfinhos

 

Chegado o mês de junho, início do inverno no Brasil, a movimentação das baleias jubartes já é conhecida por biólogos: após o verão nas águas polares, os cetáceos retornam às zonas tropicais para acasalar e dar luz a filhotes.

O percurso das terras nortenhas ao hemisfério sul, apesar de natural, nem sempre é sossegado. Durante o deslocamento, são muitos os animais que encalham e, incapazes de seguirem viagem, morrem.

Projeto voltado à preservação da espécie, o Baleia Jubarte estima que na Bahia, somente este ano, 15 mamíferos tenham morrido por falta de circunstâncias favoráveis de junho a agosto, segundo confirmou a entidade ao bahia.ba, em entrevista nesta quinta-feira (3).

Em menos de 48 horas, da noite desta terça (1º) até a manhã desta quinta, duas baleias foram avistadas sem vida. A maior parte dos óbitos foi registrada no sul do estado, 13 ao todo, enquanto outros dois foram notificados em Massarandupió e Itacimirim, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Coordenadora operacional da organização, Luena Fernandes falou à reportagem que a média de mortes dos animais em 2017 já foi igualada a de 2016, quando 15 baleias foram achadas mortas.

Na avaliação da cientista, apesar da elevação, é necessário entender que “essa população tem aumentado”. “As causas das mortes ainda não foram definidas, o que só ocorrerá após análise. Pode ser que seja uma tendência natural, não sabemos”, pontuou ela, ao lembrar que na última estimativa realizada pelo instituto, havia aproximadamente 17 mil animais na costa brasileira.

A gestora ressaltou ainda as ameaças que surgem da intervenção humana. “Há embarcações que trafegam muito rápido, as baleias, como são lentas, podem ser atingida por esses barcos e feridas. Existe também o problema da pesca, já que essas regiões são costeiras”, explica.

O turismo, no entanto, não é condenado, pelo contrário: “desde que ocorra de forma responsável, é um instrumento bom”. “A atividade do turismo deve ocorrer respeitando a legislação, que existe desde 1987”, continuou.

Os exames que poderão determinar as causas dos óbitos devem ser finalizados ao final desta temporada, em setembro. Os procedimentos são realizados em conjunto com universidades, em parceria com o poder público.

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