Racionamento em Itabuna: ‘Filas são inevitáveis’, diz prefeitura

Centenas de pessoas enfrentando uma enorme fila com vasilhames à espera de um pouco de água. A cena parece de uma zona de guerra. E é quase um cenário de guerra em busca de água em uma região em que não chove há quase um ano, onde os rios estão secos. É a pior estiagem da história, diz fonte da prefeitura de Itabuna.

Diante do quadro, as filas de pessoas aguardando a distribuição de água são inevitáveis, segundo a própria administração municipal que, para amenizar o problema, faz a distribuição de 45 carros-pipa em 170 bairros da cidade, duas vezes por dia, à noite e pela manhã. A água está sendo captada no município de Ubaitaba, a 65 quilômetros de Itabuna.

A contratação dos carros-pipa é fruto de convênio com o governo baiano. Outra medida que também conta com a participação do governo estadual, é a perfuração de 13 poços artesianos em bairros da sede e na zona rural do município.

Conforme a prefeitura, carros-pipa abastecem reservatórios instalados nos bairros, com tanques com capacidade para cinco e 10 mil litros de água potável. Já foram instalados em todas as regiões do município 68 reservatórios de 10 mil litros e 60 de 5 mil litros, à disposição da população gratuitamente.

Racionamento – A água também se tornou escassa na região, onde cerca de 40 municípios vivem uma das piores secas da história. Alguns, como Ilhéus, cujo abastecimento é feito pela Empresa Baiana de de Água e Saneamento (Embasa), estão fazendo racionamento. Outros, como Itabuna, onde o serviço é municipalizado e explorado pela Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), a solução foi recorrer à utilização de carros-pipa.

Segundo a prefeitura, a situação afeta os 200 mil habitantes de Itabuna, não apenas moradores da periferia da cidade. A administração local prioriza apenas hospitais, escolas municipais, creches, orfanatos e outras instituições dessa natureza.

A época de chuva na região é entre outubro e março e lá não chove desde agosto do ano passado, o que significa quase 12 meses de estiagem. Cerca de 100 hectares de cacaueiros já estão perdidos na região devido à seca.

O uso da água de um poço captada no Rio Almada está sendo desaconselhado para consumo humano, já que tem alto teor de cloreto de sódio, resultado da mistura com água do mar. Quando a maré sobe, invade o poço, segundo a prefeitura.