Publicado em 14/10/2017 às 13h00.

Capoeira gospel cresce e gera tensão entre religiosos e movimento negro

Os capoeiristas tradicionalistas e o movimento negro veem na novidade uma forma de apropriação cultural e apagamento da raiz afrobrasiliera da capoeira

Redação
Foto: Reprodução
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A capoeira gospel tem ganhado mais espaço. Com berimbau, atabaque, a ginga e os saltos mortais, a dança, em vez dos cânticos que enaltecem os orixás ou trazem referências à cultura negra, os versos fazem louvor a Jesus Cristo e a roda era alternada com momentos de pregação e oração.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, se antes a prática enfrentava resistência dentro de igrejas, agora, nessa nova roupagem, é cada vez mais considerada uma eficiente ferramenta de evangelização.

“Hoje é difícil você ir numa roda que não tenha um (capoeirista evangélico), e vários capoeiristas viraram pastores. É um instrumento lindo de evangelização porque é alegre, descontraído, traz saúde, benefícios sociais”, afirmou Elto de Brito, seguidor da Igreja Cristã Evangélica do Brasil e um dos palestrantes do evento, ao jornal.

O crescimento da prática, porém, tem gerado incômodo entre capoeiristas tradicionalistas e o movimento negro, que veem na novidade uma forma de apropriação cultural e apagamento da raiz afrobrasiliera da capoeira, prática que surgiu como forma de resistência entre escravos, a partir do século 18.

Eles também reclamam que em algumas dessas rodas haveria discursos de “demonização” contra a capoeira tradicional e as religiões do candomblé e da umbanda.

Temas: capoeira

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