Publicado em 29/02/2016 às 17h53.

Caso Beatriz: Polícia Federal pode assumir investigações

Quase três meses depois, morte de Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, moradora de Petrolina-PE, continua sem solução. Autoria e motivação ainda são um mistério

Redação
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Reprodução

 

Decorridos quase três meses e após a polícia ouvir mais de 80 depoimentos, a morte da garota Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, continua envolta em mistério. Na tarde desta segunda-feira (29), a Polícia Federal cogitou a possibilidade de assumir as investigações, que têm sido conduzidas por uma força-tarefa formada por agentes da Polícia Civil e policiais militares de Pernambuco. A hipótese de federalização do caso é divulgada duas semanas depois de a família da vítima pedir à presidente Dilma Rousseff ajuda para a solução do crime.

Beatriz foi assassinada a golpes de faca, na noite de 10 de dezembro do ano passado, em Petrolina, cidade do sertão de Pernambuco, durante uma solenidade de formatura do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora. A menina não estudava na instituição e foi ao evento com o pai, Sandro Romilton Ferreira da Silva, professor de inglês da escola, e a mãe, a dona de casa Lúcia Mota. Havia pelo menos 2,5 mil pessoas no local, o que tem dificultado as investigações, segundo o delegado Marceone Jacinto, à frente do inquérito que apura o homicídio.

O corpo da criança foi encontrado em um depósito de material esportivo desativado, ao lado da quadra de esportes onde acontecia a formatura. Apresentava ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores. De acordo com a perícia, foram desferidos 42 golpes. Não havia indícios de violência sexual. A cena era chocante: a arma do crime, uma faca do tipo peixeira, estava cravada na vítima.

Logo após o crime, a polícia começou a analisar as imagens de câmeras de segurança do colégio, da Polícia Militar (PM) e de estabelecimentos comerciais das imediações. O resultado não foi muito animador: nenhum dos vídeos mostra o momento do assassinato nem fornece informações consistentes sobre a pessoa que atacou a criança.

Foto: Divulgação Polícia Civil/PE
Foto: Divulgação Polícia Civil/PE

 

Retrato falado – Na segunda-feira (22), a Polícia Civil de Pernambuco divulgou o retrato falado do suspeito. A imagem foi obtida a partir de depoimentos de três testemunhas, entre as quais a mãe de Beatriz. O suposto autor teria sido visto próximo ao local onde o corpo da garota foi encontrado em atitude considerada suspeita.

De acordo com uma das testemunhas, o desconhecido chegou a ser visto dentro de um banheiro feminino do colégio. Outra afirma que ele permaneceu durante certo tempo ao lado do bebedouro em que Beatriz esteve pouco antes de desaparecer. Uma terceira pessoa garantiu à policia ter presenciado o homem deixando o local onde o corpo da menina foi encontrado.

Para auxiliar as investigações, a polícia colocou à disposição um número de WhatsApp. Quem tiver imagens (fotos, vídeos) que possam fornecer pistas sobre o crime pode enviar para o (87) 9 8137-3902.

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Lúcia e Sergio Romilton, pais de Beatriz (Reprodução/TV Globo)

 

Vingança – As investigações preliminares, a cargo da delegada Sara Machado, indicavam que o autor do crime foi ao local com o claro objetivo de matar a criança. Ninguém testemunhou o ataque. Dias após o homicídio, o inquérito passou para o delegado Marceone Ferreira, que profetizou: “Não é um caso de fácil resolução”.

Embora não tenha divulgado a linha de investigação que tem sido desenvolvida, a polícia não descarta a hipótese de vingança. No caso, o alvo a atingir seria a família. No dia da festa, uma irmã de Beatriz estava recebendo o certificado de conclusão do ensino médio e a família estava em festa. A tragédia maculou a cerimônia.

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