Publicado em 24/01/2017 às 15h15.

Dia de Yemanjá tem festa privada no Mercado do Peixe e ‘toque de recolher’

O motivo para alteração teria sido uma queixa da Polícia Militar (PM) devido aos problemas gerados à segurança por causa da inexistência de regras para o fim do evento

Clara Rellstab
Foto: Reprodução/Caras/Uran Rodrigues
Foto: Reprodução/Caras/Uran Rodrigues

 

Devotos e simpatizantes de Yemanjá acostumados a celebrar o dia da Orixá, no 2 de fevereiro, no Rio Vermelho, de graça e até o sol raiar, devem ficar atentos às novidades reservadas para a festa este ano. A primeira delas é em relação ao horário de término dos festejos, que só poderão se estender até as 22h. A prefeitura decidiu, nesta segunda-feira (23), em acordo da Polícia Militar com o secretario municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco, limitar o horário para as apresentações musicais.

O motivo para alteração teria sido uma queixa da PM devido aos problemas gerados à segurança, por causa da inexistência de regras para o fim do evento. Em conversa com o bahia.ba, Tinoco dispensou o termo “toque de recolher”, mas confirmou a decisão. Segundo ele, é preciso haver um “equilíbrio entre a manifestação religiosa e as festas”. Na reunião estavam presentes todos os órgãos envolvidos na realização da celebração à rainha do mar: além da prefeitura, a Colônia de Pescadores, a Associação de Moradores do Rio Vermelho e o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Salvador.

A solicitação para o horário limite foi realizada pela major da 12ª Companhia Independente (CIPM/Rio Vermelho), Cleydi Milanezi. A oficial argumentou, de acordo com o titular da pasta, que a equipe da PM começa o trabalho na região desde a madrugada, quando os primeiros fiéis chegam à praia, e permanece na rua até a madrugada do dia seguinte, por causa das comemorações à noite. Para Tinoco, a modificação foi necessária pois “é preciso que a festa tenha limite”. Apesar do que alegou o secretário em relação à major, a 12ª CIPM afirmou à reportagem que desconhece a medida.

A Polícia Militar (PM) informou ao bahia.ba que a circulação de pessoas nas imediações da festa após as 22h é permitida. “É direito de ir e vir”, finalizou a corporação através de nota.

Enxaguada – Gilberto Gil cantou que de fome a gente não morre “porque na Bahia tem mãe Yemanjá e do outro lado o Senhor do Bonfim” e Carlinhos Brown viu a oportunidade. Após a “Enxaguada du Bonfim” no dia do padroeiro, o ex-timbaleiro realizará a “Enxaguada de Yemanjá”, na Vila Caramuru, o antigo Mercado do Peixe. Com ingressos a R$ 60, o evento privado – em espaço público – começa às 16h, com uma grade de invejar: Carlinhos Brown, Danilo Caymmi, Luiz Caldas, Margareth Menezes e Vanessa da Mata. A torcida é para que cada performance dure, cada uma, 1 hora e 20 minutos – sem intervalo entre as apresentações – e o evento termine antes das 22h.

A Associação de Moradores do Rio Vermelho, que aparece no banner de divulgação do evento, confirmou o apoio à realização do evento no local. “Não existe parceria financeira, apoiamos em prol do bairro. O projeto, se houver lucro, terá a renda revertida para a revitalização do Largo da Mariquita”, afirmou um integrante da organização por telefone. No entanto, em nenhuma das peças publicitárias divulgadas, a doação para uma obra, que seria de responsabilidade da prefeitura, foi mencionada. Nem a própria marca da administração soteropolitana aparece.

Responsável pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Guilherme Bellintani, foi acionado pela reportagem, mas não respondeu à solicitação até o fechamento da matéria.

carlinhos brown
Foto: Divulgação

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