Publicado em 06/10/2017 às 18h20.

Produtor de Hollywood é acusado de assédio sexual por atrizes

Rose McGowan (da série "Jovens Bruxas") e Ashley Judd foram apenas algumas das que acusaram Harvey Weinstein de conduta imprópria

João Gabriel Veiga
Weinstein produziu dois filmes em que McGowan apareceu, "Pânico" e "À Prova de Morte". Foto: GettyImages
Weinstein produziu dois filmes em que McGowan apareceu, “Pânico” e “À Prova de Morte”. Foto: GettyImages

 

Harvey Weinstein é conhecido pelos cinéfilos como diretor da finada Miramax a atual Weistein Company, responsável por tfazer filmes como “Pulp Fiction: Tempo de Violência” e “O Paciente Inglês”. Já as atrizes Ashley Judd (“Fogo Contra Fogo”) e Rose McGowan (“À Prova de Morte” e “Jovens Bruxas”), são algumas delas que não pensam nele com muito carinho.

Uma matéria publicada pelo New York Times nesta quinta-feira (5) expôs um novo e detalhado rosto de um dos maiores produtores de Hollywood. Segundo a publicação, Weinstein teria assediado sexualmente inúmeras jovens atrizes. Ele as pedia favores sexuais e as constrangia em troca de papéis em filmes e publicidade.

Ashley Judd conta que, nos anos 1990, após o final da série “Sisters” (que estrelou por três anos), foi convidada para uma festa na piscina em um hotel em Beverly Hills por Harvey. A atriz achava que o encontro seria uma reunião de negócios, mas o executivo apareceu em seu quarto vestido apenas em um roupão de banho e pediu que ela fizesse uma massagem nele e o assistisse tomar banho.

Judd, que caiu no ostracismo após uma década de trabalho sólido nos anos 90, já havia contado essa história a outras publicações, mas nunca havia revelado a identidade de Harvey. Seu relato é apoiado por um depoimento feito por Rose McGowan, que afirma ter passado por uma situação semelhante em 1997, durante o festival de cinema de Sundance. A revelação desvenda o fato por trás de um misterioso acordo de U$ 100 mil assinado entre Weinstein e Rose, que exigia o silêncio da atriz sobre o assunto.

Ironicamente, a companhia de Weinstein já distribuiu produções que discutiam assédio e abuso sexual, como o documentário “The Hunting Ground” (sobre estupros em campi universitários), e relações desiguais entre homens poderosos e mulheres indefesas, como “Grandes Olhos” e “Jane Eyre”. Harvey também já foi bastante vocal em relação ao feminismo, tendo participado da Marcha das Mulheres contra Trump em janeiro deste ano.

Não só atrizes, mas também funcionárias da Miramax e da Weinstein Company – entre elas, Emily Nestor e Lauren O’Connor – foram vítimas do “comportamento inapropriado” do produtor. Em uma nota de desculpas publicada por Harvey no site Deadline, ele lamentou seu comportamento e tentou se justificar.

“Passei minha adolescência nos anos 60 e 70, quando tudo era diferente”, escreveu. Vozes do feminismo, como Simone de Beauvoir e Jane Fonda, que passaram sua juventude bem antes disso, também devem concordar que os tempos eram outros, apesar de discordarem em outros aspectos.

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