Publicado em 09/02/2017 às 09h08.

Papa admite corrupção no Vaticano, mas afirma estar em paz

Ainda conforme o pontífice, os cardeais e membros da cúria sabem dos problemas internos da Santa Sé e "todos queriam reformas" no último conclave

Redação
Foto: L'Osservatore Romano/Vaticano Notícias
Foto: L’Osservatore Romano/Vaticano Notícias

 

O papa Francisco admitiu que há corrupção no Vaticano, mas diz que aprendeu a encarar os problemas com “serenidade e viver em paz”, de acordo com uma reportagem publicada nesta quinta-feira (9) pelo jornal Corriere della Sera. “Existe corrupção no Vaticano, mas eu estou em paz”, disse ele em 25 de novembro de 2016, durante um encontro com representantes de ordens religiosas, e cujos detalhes foram narrados pelo padre Antonio Spadaro na nova edição da revista La Civiltà Cattolica.

“Qual é o segredo da minha serenidade? Não tomo remédios tranquilizantes. Os italianos sempre dão um belo conselho: para viver em paz, precisa um pouco de indiferença. Eu não tenho problema em dizer que estou vivendo uma experiência. Em Buenos Aires, era mais ansioso, mais preocupado. Hoje vivo uma profunda paz, não sei explicar”, contou.

De acordo com o papa, os cardeais e membros da cúria sabem dos problemas internos da Santa Sé e “todos queriam reformas” no último conclave. “Nas congregações gerais antes do conclave que me elegeu, falavam dos problemas do Vaticano e todos queriam reformas”, disse. “Mas se há algum problema, eu escrevo um bilhete a São José e coloco embaixo de uma estátua no meu quarto, uma estátua de São José dormindo. Ele dorme em cima dos meus bilhetes e eu durmo tranquilo”, afirmou.

Abusos sexuais – Questionado sobre os escândalos de abusos sexuais dentro da Igreja Católica, o papa disse que a “disseminação dos abusos é devastante”, mas que o caso precisa ser visto como uma doença”. “Se há religiosos envolvidos, é claro que está em ação o diabo que estraga a obra de Jesus através de quem deveria, justamente, anunciar Jesus. Mas vamos falar a verdade: isso é uma doença. Enquanto não nos convencermos de que isso é uma doença, não se poderá resolver bem o problema”, comentou.

Segundo ele, “a cada quatro pessoas que praticam abusos sexuais, duas já tinham sido vítimas”. “O abuso é disseminado pelo futuro, é devastante”, citou, sem especificar a origem dos dados.

Com informações da Agência Ansa.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.