Publicado em 25/04/2017 às 09h34.

A eleição na França nos dá boas lições. Será que aprendemos algo?

Oxalá o Brasil assim fizesse, não para extirpar esquerdistas e direitistas empanados por um modelo político apodrecido, mas pelo menos para limpar a maior parte da sujeira

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente”

Mahatma Gandhi, líder da independência não-violenta da Índia

Foto: Reprodução/France24.com
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As eleições na França deste ano deixam uma lição emblemática. O país é sempre citado por um povo que esbanja civilidade política por saber dosar a alternância entre esquerda e direita no poder, mostrando que os antagonismos ideológicos fazem parte do mesmo, dependendo apenas do foco e da dose.

Este ano, os franceses chutaram os dois. E vão eleger entre Emmanuel Macron, que não se dizia nem de esquerda nem de direita, e Marine Le Pen, de conservadorismo extremo.

Oxalá o Brasil assim fizesse, não para extirpar esquerdistas e direitistas empanados por um modelo político apodrecido pela imensidão da sujeira da Lava Jato, mas pelo menos para limpar a maior parte da sujeira.

Os dois cenários, comparados, expõem a nossa distância dos franceses, é lógico. Antigamente aqui se discutia quem era ladrão e quem não era. Agora nem isso. Todos estão melados.

Estamos a um ano e cinco meses das eleições e o debate tradicional seria a especulação em torno de nomes. A mídia até ensaia, mas o debate é logo tamponado pelo ventilador da Odebrecht, que anestesia tudo.

Sequer sabemos as regras do jogo de 2018. Só é certo que dinheiro não vai ter. A fonte explodiu.

Também pudera, tinha até índio comendo no prato.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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