Publicado em 06/06/2017 às 14h51.

Aliado afirma que Neto só pensa em 2018 e promete 30 dias de greve

Sem citar nomes, vereador Mauricio Trindade também teceu críticas aos secretários: “Nunca subiram ou desceram as favelas”

Rodrigo Daniel Silva
Foto: Reprodução/ YouTube
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Se o governador Rui Costa (PT) tem vivido um inferno astral com a sua base na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o prefeito ACM Neto (DEM) também tem enfrentado dificuldades na Câmara de Salvador, apesar de garantir ter empenhado 20% das emendas aos vereadores do seu grupo.

Nesta terça-feira (6), o aliado e correligionário do gestor soteropolitano Mauricio Trindade (DEM) teceu duras críticas ao democrata e prometeu ficar 30 dias sem votar qualquer projeto do Executivo na Casa, até que suas demandas sejam atendidas. Neste mês, a Câmara deve apreciar apenas a matéria que altera o Código Tributário e de Rendas do Município.

Ao bahia.ba, o edil afirmou que ACM Neto só “pensa” em 2018, quando deve disputar a eleição para o governo. “Da eleição para cá, são nove meses, e eu estive com ele apenas uma vez. Meus pleitos o secretariado não atendeu, e sabe Deus quando vou voltar a vê-lo para cobrar. Nove meses e um representante da cidade não consegue sentar com o prefeito. Isso é para todos. […] Acredito que ele já está pensando em 2018. Não ter contato com sua base parlamentar deve ser porque não está pensando na prefeitura, já está pensando acima. Na base, a insatisfação é geral, mas ninguém tem coragem de falar”, disse.

Sem citar nomes, o vereador também criticou os secretários. “[São] técnicos que chegam no Executivo aqui ou em qualquer lugar e não conhecem os problemas da cidade, não atendem e não resolvem os problemas levados pelos legisladores. Pessoas que nunca subiram ou desceram as favelas para conhecer e acham que os vereadores vão levar os pleitos particularmente. Meia dúzia de secretários não podem conhecer toda a cidade”, condenou.

Nos bastidores, os vereadores têm criticado, principalmente, os titulares da Saúde e Educação, José Antônio Rodrigues e Paloma Modesto, respectivamente.

Perguntado pelo bahia.ba em março deste ano sobre a crescente insatisfação no seu grupo, o prefeito negou. Disse que estava “tranquilo” e vivia o “momento melhor” no relacionamento com a Câmara.

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