Publicado em 12/04/2017 às 15h11.

Alvo de inquéritos, Wagner diz que trabalhou ‘normalmente’ nesta quarta

Mesmo tendo recebido um relógio de US$ 20 mil como presente da Odebrecht, ex-governador diz que sua relação com a empreiteira “sempre foi conflituosa”

Rodrigo Aguiar
Foto: Josemar Pereira/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Josemar Pereira/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

Alvo de duas frentes de investigação a partir das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), disse ter trabalhado “normalmente” nesta quarta-feira (12), um dia após a revelação da lista do relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin.

Repasses e relógio – Mesmo tendo recebido um relógio de US$ 20 mil como presente da Odebrecht, Wagner diz que sua relação com a empreiteira “sempre foi conflituosa” quando havia interesses do Estado em jogo.

“Obras como o emissário submarino da Boca do Rio, a Via Expressa, o Metrô são exemplos. Ou seja, não há como enxergar qualquer favorecimento à empresa. Muito pelo contrário, o que faz as denúncias perderem qualquer sentido”, alega nota enviada ao bahia.ba pela SDE, ao acrescentar que “tudo já foi esclarecido”.

Segundo o Ministério Público, os colaboradores relatam pagamento de vantagens indevidas, no valor de US$ 12 milhões, a pretexto de contribuição à campanha eleitoral de Wagner. Tais repasses teriam sido motivados pela concessão de benefícios fiscais associados ao ICMS que teriam favorecido o grupo Odebrecht.

O petista teria recebido, também a pretexto de contribuição eleitoral, R$ 10 milhões em razão de dívida da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb). Todas as acusações constam na petição 6805 (veja aqui)

MP da Leniência – Em outra frente de apuração, o ex-governador e o ex-presidente Lula são suspeitos de editar a Medida Provisória 703/2015, chamada MP da Leniência, para favorecer a Odebrecht e impedir apuração da Procuradoria da República.

“Trata-se de petição instaurada com lastro nas declarações dos colaboradores Cláudio Melo Filho e Emílio Alves Odebrecht, os quais relatam tratativas entre o Grupo Odebrecht, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o então ministro Jacques Wagner para a edição de legislação que possibilitasse a celebração de acordo de leniência entre o Poder Executivo e pessoas jurídicas envolvidas em infrações sem contar com a intervenção do Ministério Público”, informa trecho da petição 6662 (leia na íntegra).

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