Publicado em 16/11/2018 às 10h46.

Bolsonaro não liga para os políticos. Ele conseguirá governar desse jeito?

Já nomeou oito ministros sem ouvir ninguém, nem partidos e nem lideranças. O mesmo estilo da campanha bem sucedida

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Não devemos ter medo das novas ideias! Elas podem significar a diferença entre o triunfo e o fracasso”

Napoleon Hill, escritor norte-americano (1883-1970)

Foto: Reprodução/ Twitter/ Arquivo Pessoal
Foto: Reprodução/ Twitter/ Arquivo Pessoal

 

Jair Bolsonaro se elegeu presidente da República de forma que nunca se viu na história da República: com um partideco, o PSL, sem aliados, sem dinheiro, sem articulação política e com ajuda de uma facada que acertou nele, mas matou os adversários, primeiro Geraldo Alckmin, depois ‘Andrade’, como chamavam Haddad.

Também agora na montagem do governo ele vai mais uma vez fugindo do padrão: já nomeou oito ministros sem ouvir ninguém, nem partidos e nem lideranças, o mesmo estilo da campanha bem sucedida. A questão: ele vai aguentar?

É dando…. —O assunto pauta as rodinha s políticas. Como diz o deputado federal Cacá Leão (PP):

— Bolsonaro se elegeu com a internet, mas tem que governar com o Congresso. Vamos verno que vai dar.

É dando que se recebe

Ora, o Congresso Nacional, com os seus 83 senadores e 513 deputados, tem larga tradição de emparedar o presidente, deixá-lo refém dos seus caprichos. Na época de Fernando Henrique Cardoso, o então ministro Sérgio Motta, o Serjão, cunhou a frase para justificar o famoso toma lá, dá cá: ‘É dando que se recebe’.

Se Bolsonaro não quer jogar esse jogo, como ele fará para ver aprovado no Congresso projetos polêmicos, a começar pela do Previdência. Em Brasília, se diz que, de graça, ninguém vai meter a mão em cumbuca. A questão é saber se Bolsonaro cede ou não.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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