Publicado em 15/03/2017 às 10h05.

Bruno, acusado de assassinato, quer glórias em campo. Não dá

Ao ser anunciada a contratação do atleta, os patrocinadores do clube tiraram o time de campo. E é a própria torcida do Boa que também ameaça boicotar os jogos

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“No futuro ainda vou rir de tudo isso”

Bruno, ainda goleiro do Flamengo, ao ser afastado do clube com as primeiras denúncias do envolvimento dele na morte de Eliza Samudio

Foto: Renata Caldeira/TJMG
Foto: Renata Caldeira/TJMG

 

Os brasileiros, apaixonados por futebol como são, às vezes nos surpreendem positivamente. Grande parte da crônica esportiva baiana apostava que o goleiro Bruno, acusado de assassinato (ter mandado matar a ex-amante, mãe de um filho dele, Eliza Samudio) não teria chances de se reinserir em um clube por falta de “clima”.

Admitamos, por hipótese, que ele fosse contratado por Bahia ou Vitória, no primeiro Ba-Vi, veríamos as duas torcidas explodir a Fonte Nova em um só cântico:

— Assassino! Assassino! Assassino!

Ao ser anunciada a contratação de Bruno pelo Boa Esporte, os patrocinadores do clube tiraram o time de campo. E é a própria torcida do Boa que também ameaça boicotar os jogos.

É óbvio. Times de futebol têm visibilidade. E o propósito do patrocínio é tirar proveito delas, às vezes temperadas com alegrias. Ninguém vê os seus produtos associados a um cidadão que se tornou símbolo de algo tão estúpido.

Nossos cronistas só erraram nos detalhes. É como se apontassem o favoritismo de um time em um jogo e o favorito não só tenha confirmado o prognóstico como ainda goleou.

Zé Ataíde, o decano

E por falar em crônica esportiva, José Ataíde, o decano da crônica esportiva brasileira, com 83 anos de idade, ainda hoje na ativa, com o programa “Bom Dia Bola”, na rádio Metrópole, das 6 às 7h, completou meio século de atividade no último domingo (12).  Ele ostenta no currículo a transmissão de 12 copas do mundo e 1270 Ba-Vis. Dois recordes.

— E dos Ba-Vis, quem venceu mais?

— Nos tempos de Osório, em que ele fazia muitas mutretas, deu 70% Bahia. De Ney Ferreira para cá o Vitória começou a reverter.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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