Publicado em 01/07/2019 às 17h29.

Cabral afirma ter intermediado caixa dois para Eduardo Paes e Lindbergh Farias

Preso desde 2016, ex-governador prestou novo depoimento nesta segunda-feira (1º)

Redação
Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

 

Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB) prestou um novo depoimento nesta segunda-feira (1º) ao juiz Marcelo Bretas na ação penal que apura o pagamento de propina pelo empresário Arthur Soares, dono de empresas de prestação de serviço.

No interrogatório, Cabral revelou que ajudou na arrecadação de caixa dois de campanha eleitoral do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) e do ex-senador Lindberg Farias (PT).

O ex-governador também confessou que recebeu uma mesada entre R$ 200 mil e R$ 300 mil nos dois primeiros anos de mandato à frente do governo estadual (2007 e 2008). Nos anos seguintes, a remessa se tornou mais instável em razão das dificuldades da empresa com os pagamentos do estado, relatou o emedebista.

Nesse período, segundo o ex-governador, Soares atendeu a seu pedido para ajudar as campanhas de Paes à prefeitura, em 2008, e Lindbergh ao Senado, em 2010.

“Em 2008 o convenci a ser o maior doador da campanha de Eduardo Paes. E ele foi. Deu R$ 6 milhões para a campanha”, disse Cabral. “Em 2010, deu uma ajuda ao Lindbergh Farias. Ajuda significativa, entre R$ 5 [milhões], R$ 6 milhões”, disse o emedebista.

A contribuição a Paes já havia sido mencionado por Cabral em depoimento prestado em fevereiro, o primeiro em que adotou a nova postura de confessar os crimes que lhe são atribuídos. Na ocasião, ele havia dito que o valor destinado ao ex-prefeito pelo empresário era de cerca de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões.

Cabral disse que Soares por muito tempo se queixou de não ter obtido retorno em contratos no município. O empresário foi depois beneficiado na gestão Paes por contratos na área de saúde e no Centro de Operações.

“Muito dos contratos da prefeitura eram com OSs (organizações sociais de saúde). E isso excluía o Arthur. Por isso teve essa dificuldade até encontrar a solução no Centro de Operações. O Arthur era muito educado, mas muito pragmático. Ele deixava muito claro [a contrariedade]”, afirmou ele.

Cabral já foi condenado em nove processos da Lava Jato, acumula 198,5 anos em condenações e responde a um total de 32 ações penais, 30 relacionadas à operação. Ele é acusado de cobrar 5% de propina sobre os grandes contratos do estado e está preso desde o fim de 2016. Com informações do jornal Folha de S. Paulo.

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