Publicado em 27/02/2018 às 15h44. Atualizado em 28/02/2018 às 19h25.

Cartão Vermelho: oposição na Assembleia articula CPI da Fonte Nova

O ex-governador da Bahia e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, foi um dos alvos da operação da Polícia Federal

Rodrigo Aguiar
Foto: Josemar Pereira/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Josemar Pereira/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

Integrantes da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia já iniciaram um movimento para colher assinaturas e pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar o que já foi levantado pela Operação Cartão Vermelho, deflagrada nesta segunda-feira (26).

A Minoria já recolheu 20 assinaturas, faltando apenas a de Samuel Júnior (PSC). “Ele falou para a gente que vai assinar”, disse o deputado Luciano Ribeiro (DEM), novo líder da oposição. Em entrevista ao bahia.ba, Samuel afirmou, no entanto, que ainda está “costurando” e conversaria com o líder do grupo ainda na tarde desta terça (27) sobre o assunto. “Ele vai me mostrar a denúncia agora de tarde, estamos conversando”, disse o parlamentar

A operação teve entre os seus alvos o ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, e o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, ex-diretor da OAS.

Segundo as investigações da Polícia Federal, houve direcionamento na licitação das obras da Arena Fonte Nova, a favor de consórcio formado por OAS e Odebrecht, e superfaturamento nos serviços.

Wagner teria recebido, de acordo com a PF, R$ 82 milhões entre propina e dinheiro repassado via doações eleitorais. Para pedir a instalação da CPI, são necessárias 21 assinaturas. Este é, coincidentemente o número de deputados de oposição na Casa. Depois, caberá ao presidente da Assembleia, Ângelo Coronel (PSD), decidir sobre o assunto.

As duas últimas tentativas de instalações de CPIs na Casa foram frustradas. A CPI do Centro de Convenções foi arquivada, após desentendimentos entre as bancadas de governo e oposição sobre a proporcionalidade e comando do colegiado. Já no caso da CPI da Cerb, faltou uma assinatura: do deputado Samuel Junior (PSC).

A CPI da Cerb pretendia apurar assunto que voltou à tona com a Operação Cartão Vermelho. Conforme delatores da Odebrecht, a empreiteira teria condicionado doação à campanha de Rui Costa em 2014 ao pagamento de uma dívida da Cerb.

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