Publicado em 25/02/2017 às 10h08.

Catadatores de latinha, o lado pobre da folia, pedem respeito

Os 1.500 cadastrados pelas cooperativas Cata Bahia e Comapet terão direito a farda, comida e ao Espaço de Convivência da Defensoria Pública, em Ondina, para colocar os filhos

Levi Vasconcelos
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Os catadores de latinhas  – aquele pessoal que sai no fim da folia pegando o lixo reciclável da festança, principalmente a joia da coroa, as latinhas de cerveja e refrigerantes e quase nunca é notado  – vão ter tratamento  diferenciado, para melhor, este ano.

Os 1.500 cadastrados pelas cooperativas Cata Bahia e Comapet terão direito a farda, comida e ao Espaço de Convivência da Defensoria Pública, em Ondina, para colocar os filhos.

Diz a secretária do Trabalho, Emprego e Renda, Olívia Santana, que o governo investiu algo em torno de R$ 800 mil para organizar as cooperativas:

— É um trabalho importante, que estamos aprimorando, mas infelizmente de muito pouca visibilidade.

Pode não ter a visibilidade pretendida na imensidão da festança momesca, mas com certeza, os beneficiados agradecem, como Antonio Santos, o Bicudo, morador da Fazenda Coutos, um dos catadores:

— Estamos virando gente. Antes, as pessoas nos confundiam com o lixo. As pessoas nos humilham. Merecemos respeito.

A julgar pelo que diz a Limpurb, trabalho é que não falta para os catadores. Ano passado, o carnaval produziu 1.490 toneladas de lixo. 15 toneladas foram de latas de alumínio, 8,5 de garrafas pet e 3,5 de latinhas de aço.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.