Publicado em 09/12/2015 às 08h42.

De Ponta a Ponta: Guanambi

Favorito na disputa, ex-governador Nilo Coelho enfrenta problemas de ordem legal. Se virar ficha suja, abre espaço ao grupo do ex-aliado Charles Fernandes

Elieser Cesar

No mapa eleitoral da Bahia, Guanambi, no sudoeste da Bahia, a 796 km de Salvador, é conhecida desde 1986 como a terra de Nilo Coelho. Naquele ano, Nilo se candidatou a vice-governador na chapa do PMDB de Waldir Pires e acabou assumindo o governo do Estado, com a renúncia de Waldir para ser vice de Ulysses Guimarães, em 1989, na primeira eleição direta para presidente da República, depois da ditadura.  De lá para cá, entre altos e baixos, o ex-governador, ex-prefeito e ex-deputado federal, Nilo Coelho, que trocou o PMDB pelo PSDB, sempre deu as cartas na política local. Em 2016, ele não quer fazer diferente, já que pretende governar o município pela terceira vez. É o mais forte candidato a vencer a eleição.

Reeleito em 2012, o prefeito Charles Fernandes (PDT) não pode se candidatar. Fernandes é cria de Nilo, a quem sucedeu na Prefeitura, em 2010, quando Nilo deixou a administração municipal para concorrer a vice-governador na chapa encabeçada por Paulo Souto (PFL), derrotado por Jaques Wagner (PT). Charles Fernandes foi reeleito e, em 2012, rompeu com o padrinho político. Deixou o PP para ingressar no PSD do senador Otto Alencar e hoje oscila entre três nomes para a sua sucessão: seu secretário de Planejamento, Jairo Magalhães; o vereador Hugo Costa (PSB), e a deputada estadual Ivana Bastos (PSD).

Em Guanambi, o político socialista José Carlos Latinha diz que Nilo Coelho é o favorito, pois “sempre teve entre 40 a 50% dos votos”. Em 2012, candidato de Nilo, Charles Fernandes venceu a eleição com praticamente 70% dos votos contra quase 30% de Paulo Costa (PCdoB).  Agora, os grupos de Nilo e Fernandes se enfrentarão. O primeiro, representando a oposição. O segundo seja quem for o candidato, com o apoio de Otto Alencar (leia-se também do governador Rui Costa), do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) e do secretário de Agricultura, Vítor Bonfim (PDT), deputado estadual licenciado.

Apesar de favorito, Nilo Coelho enfrenta problemas de ordem legal, depois que a Justiça Federal bloqueou cerca de R$ 5 milhões de seus bens, de uma empresa e mais 11 pessoas, entre elas, o secretário municipal de Infraestrutura, Geovane Mercês Alves, além de integrantes de uma comissão de licitação e também particulares. As irregularidades teriam ocorrido durante a administração de Nilo Coelho, e seriam referentes a licitações para locação de caminhões, construção de casas populares e reforma de um colégio.

Se Nilo se tornar ficha suja, o grupo de Charles nadará de braçadas.

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