Publicado em 22/02/2018 às 12h06.

Decisão da Justiça reabre o debate sobre o uso medicinal da maconha

Isso acontece porque o medicamento é caro e fica proibitivo para o cidadão comum comprar

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Todos os turistas que compram em nossa mão primeiro param aí, tiram fotos e depois descem para comprar”

Kandara Pataxó, índia ptataxó de Coroa Vermelha, em Santa Cruz de Cabrália, criticando a decisão da justiça de mandar tirar o monumento da 1ª missa no Brasil.

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Num caso único até agora na história da Bahia, a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Salvador publicou anteontem aviso de convocação para empresas fornecedoras de medicamentos apresentarem preços para o revivid tincture – canabidiol 1000mg/30 ml.

A questão: o remédio é à base de maconha e por isso alvo de muita polêmica. No caso em apreço, a Secretaria de Saúde cumpre ordem judicial para atender o tratamento de um paciente com epilepsia grave.

Isso acontece porque o medicamento é caro e fica proibitivo para o cidadão comum comprar, segundo o médico Túlio Alves, um doutor da Uneb especialista em dor que é ferrenho defensor do uso da canabis para fins medicinais, prática corriqueira nos EUA.

Ele cita que a morfina, droga tida como bem mais pesada, já é usada, mas com a maconha há esse preconceito.

No Brasil, apesar de algumas decisões judiciais isoladas, é proibido o plantio mesmo para fins científicos e segundo Túlio, aí está a razão do encarecimento. Embora a Anvisa já tenha dito que nada tem contra o uso para fins científicos, diz que é uma postura ainda tímida:

— Ora, a ciência já comprovou, essa é a última novidade, que o nosso organismo tem um sistema canabinóide endógeno, com muúltiplas funções. Ou seja, temos maconha no corpo. Só nos falta uma compreensão sensata.

 

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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