Publicado em 14/08/2017 às 09h04.

Delmiro Gouveia quer levar da Bahia Paulo Afonso e as usinas

Base da pedida, documento emitido por Dom João III, rei de Portugal de 1521 a 1557, diz que a área pertencia à Capitania de Pernambuco e foi “surrupiada” em 1817

Levi Vasconcelos
Imagem aérea do município de Paulo Afonso/BA (Foto: Divulgação)
Imagem aérea do município de Paulo Afonso/BA (Foto: Divulgação)

 

Se ainda existisse, a revista O Cruzeiro, sucesso editorial nas décadas de 1960 e 1970, com a sua concorrida seção “O impossível acontece”, teria agora um bom prato, tanto pelo inusitado do fato quanto pela longevidade que servem de lastro para a causa.

Delmiro Gouveia, município alagoano, entrou na Procuradoria Geral da União, pedindo a anexação de Paulo Afonso, município baiano, com suas quatro usinas.
A base da pedida é um documento emitido por Dom João III, rei de Portugal de 1521 a 1557, dono de vastíssimas extensões de terras na Ásia e África, que iniciou a colonização do Brasil, do qual era dono também.

O tal documento diz que a área onde hoje está Paulo Afonso pertencia à Capitania de Pernambuco e foi “surrupiada” em 1817.

O pedido protocolado na PGU é cheio de atlas e mapas, e assinado pelo prefeito Padre Eraldo (PSD), sob a inspiração de Renato Boroh, bacharel em direito, defensor da tese.

O presidente da Comissão de Divisão Territorial da Bahia, deputado Zó (PCdoB), diz que o caso seria folclórico, se não fosse sério.

— É um absurdo. Mas…

Coisa velha – Aliás, nos tempos modernos, o caso já foi parar no STF. O então ministro Ilmar Galvão negou provimento. Agora o prefeito Padre Eraldo retoma a polêmica.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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