Publicado em 29/03/2016 às 14h10.

Governo defende no STF posse de Lula como ministro

Em documento enviado à Corte, nesta terça-feira, presidente Dilma diz que não há ilegalidade no teor da conversa em que foi grampeada

Agência Estado
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o novo ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de posse (José Cruz/Agência Brasil)
Dilma deu posse a Lula e aguarda decisão judicial sobre o ato ( Foto: José Cruz/Agência Brasil)

 

A presidente da República, Dilma Rousseff, enviou, nesta terça-feira (29), uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que defende o interesse público na nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, e diz que não há nada de ilegal em conversa que foi grampeada entre os dois na Operação Lava Jato.

Dilma aparece na gravação antecipando o envio de um termo de posse a Lula, que foi interpretado como uma manobra para livrar o ex-presidente do juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância. “O conteúdo do diálogo nada tem de ilegal ou desabonador de sua conduta”, diz o documento.

De acordo com a manifestação, a conversa entre Dilma e Lula refere-se a trâmites burocráticos relativos à prática do ato de posse. O ofício reitera ainda a competência “inarredável e circunscrita” da presidente Dilma para nomear ministros e alega que a eventual intromissão do Judiciário no ato interfere o princípio da separação de poderes.

‘Grave afronta’ – O ofício também afirma que a nomeação de Lula como ministro é política e serve para ajudar o governo a superar a crise atual no país. “A nomeação (de Lula) insere nesse contexto de busca de alternativas para a interlocução do governo”, afirma o ofício, que aponta o ex-presidente como “articulador político com larguíssima experiência” e a facilidade de diálogo dele com o Congresso Nacional.

Para o governo, impedir Lula de assumir a Casa Civil seria uma “grave afronta” à Constituição, já que o ex-presidente não tem contra si nenhuma condenação e está em pleno exercício de seus direitos políticos. Dilma também reitera que a indefinição sobre o caso deixa sem liderança uma pasta considerada estratégica para o Executivo.

O documento atende a pedido do ministro Teori Zavascki, relator no Supremo de uma ação ajuizada pelo PSB que questiona a nomeação de Lula ao cargo no Executivo. A manifestação, subscrita pela presidente, foi elaborada pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pela Casa Civil.

Na segunda-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou um parecer em que defende a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. Ao ver indícios de irregularidade na nomeação do petista, porém, Janot pede que as investigações sobre ele sejam mantidas na Justiça de primeiro grau, ou seja, nas mãos do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

Temas: dilma , Lula , STF , Casa Civil

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