Publicado em 12/05/2017 às 16h00.

Maduro pagou US$ 11 mi em caixa 2 na campanha de Chávez, diz Mônica

Em delação à Operação Lava Jato, publicitária conta com detalhes como recebia recursos não contabilizados das mãos do hoje presidente da Venezuela

Redação
Nicolás Maduro (Foto: Reuters)
Nicolás Maduro (Foto: Reuters)

 

O casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura foi pago por meio de caixa-dois não apenas em campanhas políticas feitas no Brasil. No acordo de delação – cujo teor o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato tornou público na última quinta-feira (11) – a publicitária diz ter recebido recursos não contabilizados diretamente das mãos do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em 2012, quando a situação aconteceu, o venezuelano ocupava o cargo de ministro das Relações Exteriores.

Segundo Mônica, Maduro pagou “por fora” US$11 milhões (o equivalente a R$34,4 milhões) pela campanha do então presidente Hugo Chávez à reeleição.  A marqueteira disse também que recebeu outros US$9 milhões de empreiteiras para realizar a campanha de Chávez e que a maior parte do dinheiro vinha das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez..

No depoimento, Mônica dá detalhes sobre a logística da transação: Maduro a recebia no próprio gabinete, entregava as pastas com dinheiro e providenciava escolta para lhe dar segurança no percurso até o escritório da produtora cuja sociedade dividia com o marido.

O então embaixador da Venezuela no Brasil, Maximiliano Arvelarz,  teria sido o principal articulador e fiador da campanha de Hugo Chávez em 2012, diz a publicitária. O depoimento implica ainda o  ex-ministro José Dirceu que, segundo a delatora, “participou das primeiras reuniões políticas em Caracas, fazendo, a pedido do embaixador, um elo de ligação da equipe de estratégia política da Polis [empresa do casal de marqueteiros] com o comando estratégico da campanha de Chávez”.

Com informações da agência ANSA.

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