Publicado em 06/06/2019 às 11h16.

Meio Ambiente saudável depende de grana, mas não é só isso. A estrada até lá é longa

"A questão não é o PIB. É também a distribuição da renda. Não adianta arrecadar muito e conviver com bolsões de miséria"

Levi Vasconcelos
Foto: Carolina Gonçalves/Agência Brasil
Foto: Carolina Gonçalves/Agência Brasil

 

O rico município de São José dos Campos, em São Paulo, tão rico que só no mês passado arrecadou R$ 2,6 bilhões, um terço do orçamento anual de Salvador (R$ 7,7 bilhões), é uma raridade no país em matéria de saneamento: trata 100% dos seus resíduos sólidos e também tem 100% de cobertura em esgotos.

Mas há um detalhe: para se chegar a esse patamar, o dinheiro não é tudo. Quem faz a ressalva é Wladimir Antonio Ribeiro, advogado, que também foi secretário de Assuntos Jurídicos lá, uma das maiores autoridades do país em consórcios públicos de resíduos sólidos e de saneamento básico, que ontem, na UPB, fez palestra a convite da Band News.

— A questão não é o PIB. É também a distribuição da renda. Não adianta arrecadar muito e conviver com bolsões de miséria.

No SUS

Ou seja: riqueza e pobreza são antagônicos também em questões ambientais.

A Comissão do Meio Ambiente da Assembleia realizou ontem amplo debate sobre o assunto na Bahia, também para celebrar o Meio Ambiente, quando o deputado José de Arimateia (PRB), o presidente, lembrou que 70% das internações no SUS decorrem da falta de saneamento básico.

Noutras palavras, o ajuste, pela vasta complexidade, ainda vai demorar. Mas Wladimir viu algo positivo na Bahia: a divisão do estado em 19 regiões de saneamento.

— É o primeiro estado do país a fazer isso.

Ou seja, já estamos começando a engatinhar. É um alento.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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