Publicado em 23/11/2018 às 08h05.

Ministro da Educação escolhido por Bolsonaro diz que golpe de 1964 deve ser comemorado

Em seu blog, colombiano Ricardo Vélez Rodrigues também ironiza o conceito de direitos humanos e faz laudações ao “patriótico papel” dos militares

Redação
Reprodução/Facebook
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Ricardo Vélez Rodrigues, o colombiano que foi escolhido por Jair Bolsonaro para comandar o Ministério da Educação, escreveu em seu blog um texto no qual diz que o dia 31 de março de 1964, que marca o golpe militar no Brasil, é “uma data para lembrar e comemorar”.

Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, Vélez compara a instauração da ditadura a outros eventos históricos, como do “dia do fico”, em que dom Pedro se recusa a deixar o Brasil e voltar a Lisboa. “Nos treze anos de desgoverno lulopetista os militantes e líderes do PT e coligados tentaram, por todos os meios, desmoralizar a memória dos nossos militares e do governo por eles instaurado em 64.”

“A malfadada ‘Comissão da Verdade’ que, a meu ver, consistiu mais numa encenação para ‘omissão da verdade’, foi a iniciativa mais absurda que os petralhas tentaram impor”, diz o futuro ministro no mesmo texto. Ele se refere ao colegiado que buscou elucidar crimes cometidos pela repressão militar, como torturas e assassinatos de civis.

Vélez também ironiza o conceito de direitos humanos e faz laudações ao “patriótico papel” desempenhado pelos militares no período. Ele diz ainda que “houve falhas” durante o regime, e começa a listagem pelo que entende como equívocos da política econômica.

Na única e discreta menção a atos de violência praticados pelo Estado contra civis, afirma apenas que “houve excessos no que tange à repressão”.

Ele ascenderá ao poder no MEC pelas mãos de Bolsonaro, capitão reformado do Exército que, ao longo de 28 anos como deputado, prestou homenagens e defendeu torturadores como Carlos Alberto Brilhante Ustra na tribuna da Câmara.

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