Publicado em 16/11/2018 às 13h00.

ACM Neto sente ‘na pele’, diz Solla sobre saída de cubanos do Mais Médicos

Ex-secretário de Saúde da Bahia afirma que gestores devem defender permanência dos profissionais independentemente de interesses partidários

Alexandre Santos
Foto: Roberto Viana/ bahia.ba
Foto: Roberto Viana/ bahia.ba

 

Secretário de Saúde da Bahia à época em que o Mais Médicos foi instituído, em julho de 2013, o deputado federal Jorge Solla (PT) afirmou nesta sexta-feira (16) que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), “sente na pele” a importância do programa.

Ao bahia.ba, Solla disse que defender a permanência dos profissionais cubanos no Brasil é dever de todos os gestores, independentemente de interesses partidários. Na quinta (15), o chefe do Palácio Thomé de Souza lamentou a decisão do governo do país caribenho —motivada por declarações polêmicas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)— e disse que é preciso haver “uma intervenção rápida”.

“Eu acompanhei uma ida dele [Neto] ao Ministério da Saúde uma vez, com o secretário municipal de Saúde José Antônio [Rodrigues], para pedir pra aumentar as vagas pra Salvador. Na época, como secretário estadual, nós reafirmamos esse pleito. E não é só ele, não. Os prefeitos de todos os partidos sabem que a participação dos médicos cubanos na assistência ao Brasil tem sido fundamental”, declarou Solla.

“Ele tem defendido o Mais Médicos desde o governo Dilma. Ele, como prefeito, sente na pele a carência e sabe que ele não iria conseguir levar médicos à periferia da cidade de Salvador, onde havia unidades que estavam há muito tempo sem médicos”, assinala.

Segundo Solla, a saída dos médicos cubanos é decorrente de mais um “arroubo autoritário” do capitão da reserva —ele já disse publicamente que os expulsaria.

Em sua avaliação, em vez de se comportar como se estivesse em campanha, Bolsonaro deveria fazer um mea-culpa diante de seus posicionamentos.

“O presidente eleito continua achando que é deputado ou candidato. Esquece que o presidente de um país não pode falar arroubos autoritários e achar que passa impune. Ele já comprou briga com os países árabes, já criou divergências com a China e achou que faria da mesma forma com Cuba e teve consequências. Ele tem que pedir desculpas ao governo cubano”, afirma o deputado.

“Acho que a gente tem que mobilizar os esforços todos possíveis, inclusive os prefeitos e secretários municipais, pra tentar reverter isso. Porque, da mesma forma que ele já voltou atrás com a transferência da embaixada de Tel Aviv par Jesrusalém, da mesma forma que ele voltou atrás em relação às relações comerciais com a China, espero que ele volte atrás também nessa posição”, reitera o petista.

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