Publicado em 03/07/2018 às 12h47.

O 2 de Julho não foi lá dos melhores. Só deu políticos. Mas o caboclo perdoou

A maior festa cívica da Bahia sentiu o peso da concorrência com o jogo da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A sorte me acompanha, tenho corpo fechado à inveja, a intriga não me amarra os pés, sou imune ao mau-olhado…”

Jorge Amado, escritor baiano que retratou as lendas do cacau (1912-2001)

Foto: Camila Souza/Gov-BA
Foto: Camila Souza/Gov-BA

 

Quem viu o desfile de 2 de Julho ontem da largada até o último grupo a desfilar percebeu com clareza que a maior festa cívica da Bahia sentiu o peso da concorrência com o jogo da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo. E o caboclo perdeu, mas consentiu ou entendeu, a julgar pela alegria que tomou conta do Pelô, quando o pessoal do desfile se misturou com o batuque do Olodum.

Os Encourados de Pedrão já não brigam com os defensores de animais contra os cavalos no desfile. Simplesmente sumiram. Como também não foi a maior parte das muitas fanfarras.

Prevaleceram os políticos. Lideranças, todas de todos os lados, a começar por Rui Costa e Jaques Wagner de um lado e Zé Ronaldo e ACM Neto de outro. No povão, grupos de esquerda ligados ao PT.

Levy Fidélix

Muito se falou dos presidenciáveis, mas só dois deram as caras,para ir a pé atrás do caboclo. Guilherme Boulos (PSOL) e Levy Fidélix (PRTB), que já disputou a presidência em 2010, quando ficou em sétimo com 57.960 votos (0,06%) e 2014, também em 7º, mas com 446.878 ou (ou,43%), mas diz que está estreando agora:

— Agora está mais competitivo. Antes, ninguém aguentava. Com o esquema das empreteiras era o badoque contra um canhão.

Ele estava ao lado do ex-prefeito João Henrique, candidato ao governo, dizendo que é ‘o novo’.

Como se vê, o caboclo é democrático. Cedeu para a Seleção e ficou com o que sobrou.

Ciro deu no pé

Aguardado como estrela maior, entre os presidenciáveis, no desfile do 2 de Julho, Ciro Gomes (PDT) teve uma rápida passagem na estátua do General Labatut, na Soledade, onde tradicionalmente depositam flores e só.

Motivo alegado: teve um problema no pé, que o impediu de andar. As piadas começaram assim que a noticia correu. Disseram que ao invés de ir ao pé do caboclo, chorou no próprio pé.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.