Publicado em 05/02/2019 às 11h08.

Paulo Gaudenzi, o homem que deu tratamento vip ao turismo da Bahia

Gaudenzi botou o turismo baiano onde ele nunca chegou, representando 7% do PIB do estado

Levi Vasconcelos
Foto: Reprodução/Salvador Destination
Foto: Reprodução/Salvador Destination

 

Se a vida é assim, cada um chega, dá o seu recado e vai embora – como dizia Oscar Niemeyer, Paulo Gaudenzi partiu no time dos que deram o bom recado. Veja o que fala dele o jornalista Rogaciano Medeiros:

— Foi um liberal no sentido mais amplo da palavra. Soube conviver com as diferenças, privilegiando sempre a competência. Eu tive muita honra de trabalhar com ele.

Rogaciano virou emblema da era Gaudenzi, que chegou ao auge nos anos 90, nos governos de ACM e Paulo Souto: era do PCdoB, um comunista declarado, e o secretário nunca deu trelas para as fofocas sobre o caso.

O Produto Bahia

Gaudenzi nunca achou que turismo fosse diversão. Era negócio. E a cultura, que ele tanto estimulou na Secretaria de Turismo e Cultura, criada por Paulo Souto, uma isca para o turismo, que agregava valor ao que ele chamava Produto Bahia.

Dos negócios, dizia ele, é o mais democrático:

— Ganha todo mundo. Do vendedor de cerveja no isopor até os donos de hotéis.

Ele tinha carta branca de ACM e Souto. Nunca ‘aparelhou’ o setor. E nem também nunca foi filiado a partido político. O que se queria dele, ele dava: resultados.

Gaudenzi botou o turismo baiano onde ele nunca chegou, representando 7% do PIB do estado. Passou a terceiro maior destino, com Porto Seguro à frente. Só perdeu para São Paulo e Rio, mas ficou segundo em receita. É um recado que ninguém deu. Quer melhor?

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.