Publicado em 27/03/2018 às 18h01.

‘Pressionado’, Neto está a um passo de anunciar candidatura, dizem aliados

Apesar do otimismo, a crença geral é de que pelo menos uma das duas condições precisa acontecer: a vinda do PR ou a saída de Lúcio do MDB

Rodrigo Aguiar
Foto: Felipe Iruatã/bahia.ba
Foto: Felipe Iruatã/bahia.ba

 

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), está a um passo de anunciar sua candidatura ao governo do Estado, conforme aliados (e até mesmo oposicionistas) ouvidos pelo bahia.ba.

O clima no grupo é de otimismo em relação à possibilidade de atrair o PR – que poderia abocanhar secretarias e ficar com a vice em uma eventual chapa encabeçada por Neto.

A avaliação é de que, fora da chapa do governador Rui Costa (PT), o Partido da República sequer tem como expandir sua influência no Estado.

Uma possível troca de lado do PR, se confirmada, daria ao democrata a possibilidade de abrir mão de coligar com o MDB, caso o deputado federal Lúcio Vieira Lima resista ao movimento de esvaziamento da legenda e permaneça na sigla.

Aliado a isso, o prefeito tem sido bastante assediado nos últimos dias por representantes do seu grupo, que sabem dos prejuízos eleitorais para cada um caso o democrata não concorra ao governo.

Em conversas reservadas, já houve quem fizesse contas de quantos votos teria a menos com uma eventual permanência do democrata na prefeitura.

Na última sexta-feira (23), diversos prefeitos estiveram no Thomé de Souza. Também tem cumprido papel fundamental nessa “pressão” os deputados estaduais e federais.

Um contraponto a essa “pressão” do grupo foi a carta aberta do vereador Leo Prates, presidente da Câmara de Salvador, endereçada ao prefeito.

Enquanto muitos posicionamentos públicos, inclusive do comando do DEM, buscaram nos últimos meses assegurar Neto candidato ao governo, o texto assinado por Prates cumpriu o papel de destacar a amizade entre os dois e a relação quase familiar, ao mencionar até mesmo a mãe do prefeito, Maria do Rosário de Magalhães.

Embora Neto ainda não tenha confidenciado a ninguém se disputará ou não o Palácio de Ondina, os aliados entendem que o clima mudou nas últimas semanas.

Se antes o prefeito sempre “colocava o pé no freio” quando o assunto era discutido, os sinais dados nos últimos dias foram na outra direção.

Qual seria o motivo de não ter anunciado até agora então a sua candidatura? Isto passaria pelo “estilo” do democrata de fazer política, “tensionando a corda ao máximo”.

Há riscos, como a possibilidade de perder aliados para o outro lado, mas o cálculo é que, anunciada a candidatura “em cima da hora”, Neto demonstraria que, depois de muita reflexão, “agiu pelo grupo”, reforçando seu papel de liderança e ganhando plenos poderes, por exemplo, para montar a chapa da forma mais adequada ao seu ver.

Apesar do otimismo externado, a crença geral é de que pelo menos uma das duas condições precisa acontecer para a candidatura ser confirmada: a vinda do PR ou a saída de Lúcio do MDB.

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