Publicado em 08/12/2015 às 08h32.

Rompimento entre PMDB e Dilma só ocorrerá em março, aposta Lúcio

Presidente peemedebista na Bahia acusa Planalto de vazar carta de Temer, pede saída de ministros e critica PMDB do RIo

Evilasio Junior
Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados

 

Comandante do PMDB na Bahia, o deputado federal Lúcio Vieira Lima acusou o Palácio do Planalto de vazar a carta enviada pelo vice-presidente da República Michel Temer à presidente Dilma Rousseff (PT), em que relata “desconfiança” da petista a ele e ao partido. “Foi divulgada pelo Palácio, em uma atitude deselegante. A carta era endereçada à presidente. Uma correspondência entre as duas maiores autoridades da nação. Lamentável”, condenou o parlamentar.

De acordo com Lúcio, ainda não é possível avaliar o impacto do documento entre os representantes da sigla. “Temos que esperar a espuma passar, até porque não temos agenda para discutir isso. Hoje tem eleição para finalizar a Comissão do Impeachment. De todo modo, o PMDB fica em uma situação cada vez mais difícil. Tem um grupo fisiológico que quer somente cargos, tanto que hoje vamos apresentar uma chapa para concorrer com a chapa branca que quer apoiar o governo. É PMDB contra PMDB”, criticou.

Para o congressista, a bancada do estado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é a responsável pelo que ele classifica como “jogo de toma lá, dá cá”. “O PMDB do Rio de Janeiro. O líder da bancada (Leonardo Picciani-RJ) fala institucionalmente em nome do partido. Passou a ser maior do que o PMDB. Na verdade, essa foi a jogada de Dilma para dividir o partido e fazer essa confusão na cabeça do povo brasileiro”, apontou Lúcio, ao lembrar que a mandatária preferiu discutir a reforma ministerial com Picciani do que com Temer.

Apesar do imbróglio, o deputado baiano acredita que, por enquanto, não haverá rompimento formal dos peemedebistas com o governo. “A convenção (do PMDB) será em março. Só lá vamos ter a condição de mostrar que somos (os que defendem o rompimento) majoritários. Ninguém pode obrigar ninguém a sair do ministério. Assim como Padilha (ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil), os demais ministros também deviam sair, mas infelizmente, na política, tem gente que se apoia no fisiologismo barato e se alia com o governo em troca de qualquer coisa. Mas tenho certeza que eles não vão obter o sucesso, porque a pressão popular é muito grande”, apostou.

Com a saída de Padilha, atualmente o PMDB possui seis ministros: Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e Inovação); Eduardo Braga (Minas e Energia); Helder Barbalho (Secretaria dos Portos); Henrique Eduardo Alves (Turismo); Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento); Marcelo Castro (Saúde).

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