Publicado em 24/05/2017 às 10h44.

Rui prefere ‘não emitir opinião’ sobre impeachment de Temer

Governador ainda descartou a hipótese de ser candidato a presidente: “Quem muito abraça, pouco aperta”

Evilasio Junior
Foto: Mateus Pereira/ GOVBA
Foto: Mateus Pereira/ GOVBA

 

Menos de uma semana após o seu antecessor e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner (PT), defender Michel Temer (PMDB), no episódio de divulgação das gravações da JBS, o próprio governador Rui Costa (PT) não defendeu a necessidade de impeachment do presidente.

Se antes ele chamava o peemedebista de articulador de um “golpe” contra a sua aliada Dilma Rousseff e acusar setores como a Justiça Federal e o Ministério Público de integrar uma articulação comparada ao nazismo e ao Estado Islâmico para derrubá-la, agora o petista adota o tom de gestor. Embora diga que tem “uma posição” pessoal, o chefe do Executivo baiano disse que ainda aguarda a realização de uma reunião na próxima semana com outros governadores para definir um posicionamento conjunto – “aí sim eu vou abraçar uma posição”.

“Eu estou em uma posição que eu prefiro, nesse momento, não emitir opinião, do ponto de vista, se mantém, se cassa. O que eu acho é que o país aprofunda a sua crise. […] Eu entendo que é preciso que o país tenha governabilidade, tenha confiança e possa acenar positivamente a investidores nacionais e internacionais, que aqui se saiba quem vai ser o presidente daqui a 40 dias. Nós precisamos ter uma solução de, no mínimo, médio prazo, que acene com a possibilidade de estabilidade até dezembro de 2018, quando já teremos um presidente legitimamente eleito pelas urnas e para governar quatro anos”, argumentou o chefe do Executivo baiano, ao ser perguntado pelo bahia.ba, durante a cerimônia de assinatura do contrato de formação dos Consórcios Públicos de Infraestrutura, chamado “Multifinalitário”, nesta quarta-feira (24), no auditório da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), no Centro Administrativo (CAB), em Salvador.

Sobre a sua defesa de união entre os partidos e a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de definir com o PT um nome de consenso, Rui também se eximiu de sugerir um candidato. “Eu não quero especular nomes aqui. Evidente que cada um tem uma posição, o meu partido tem uma posição, os movimentos sociais têm uma posição clara de eleições diretas, mas eu tenho que pensar e raciocinar como governador do Estado, que falo em nome de baianos e baianas”, afirmou.

O governador ainda refutou peremptoriamente a hipótese de ele mesmo postular o Palácio do Planalto. “Eu sou candidato, se Deus permitir, à reeleição ao governo do Estado da Bahia. Eu acho assim: quem muito abraça, pouco aperta. Eu quero abraçar e apertar os prefeitos e as lideranças da Bahia e ser candidato à reeleição”, avisou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.