Publicado em 03/07/2019 às 18h21.

Governistas apontam ‘divisor de águas’ na relação de Geraldo Jr e ACM Neto

A relação entre o prefeito de Salvador e o presidente da Câmara tende a piorar nos próximos meses, na avaliação de vereadores

Rodrigo Aguiar

A sessão desta quarta-feira (3) na Câmara Municipal de Salvador (CMS) foi um “divisor de águas” na aliança do presidente da Casa, Geraldo Jr (SD), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) e a relação entre os dois tende a piorar nos próximos meses, na avaliação de vereadores governistas.

Alguns integrantes da base ouvidos pelo bahia.ba chegaram a dizer que a aliança “acabou”.

Geraldo tem adotado uma posição “independente” desde sua eleição para o comando da Mesa Diretora da Câmara e, nos últimos meses, deu diversas demonstrações de sua boa relação com o grupo político do governador Rui Costa (PT), a quem chamou de “amigo” durante o Dois de Julho.

Além disso, passou a manifestar seu desejo de “governar a cidade” e sua candidatura a prefeito passou a ser especulada.

Nesta quarta, durante a cerimônia de posse de servidores da Casa, ao ser questionado sobre um possível retorno ao Podemos (antigo PTN) – legenda da base de Rui – o presidente da CMS se classificou como “aliado do povo”.

Foi mais tarde, entretanto, no plenário, que a temperatura subiu. Geraldo fez um duro pronunciamento contra o secretário de Mobilidade, Fábio Mota, ao comentar a “cobrança” para que os vereadores aprovassem a isenção do ISS para empresas de ônibus, sob o risco de aumento da tarifa.

Apesar de ressaltar no discurso que suas críticas não eram direcionadas ao prefeito ACM Neto, o presidente da Câmara mandou o recado ao Executivo: cabe a ele pautar as votações.

Aliados do prefeito acreditam que, pelo temperamento e forma de fazer política do chefe do Thomé de Souza, “não tem volta com Geraldinho”