Publicado em 19/12/2017 às 16h20.

Temer recua, vai a convenção e recebe passe ‘contra macumba’

O pai de santo disse ter sido contratado pelo presidente e pela primeira-dama para o serviço

Redação
Foto: Divulgação/PMDB
Foto: Divulgação/PMDB

 

O presidente Michel Temer voltou atrás, pouco mais de uma hora depois de cancelar sua participação, e apareceu de surpresa na convenção nacional extraordinária do PMDB, legenda à qual é filiado, na manhã desta terça-feira (19).

No palco, o mandatário foi benzido por um homem vestido de branco, que se identificou como pai de santo. O babalorixá Pai Uzêda trazia consigo folhas de guiné e disse que fez um trabalho para eliminar uma “macumba” que tinha o objetivo de provocar a morte de Temer. O peemedebista abriu os braços enquanto Pai Uzêda passava as folhas em seu corpo.

“Fizeram um trabalho de vodu contra o presidente Temer. Por isso que ele teve a doença”, afirmou o pai de santo após o evento. “Jogaram pesado contra o presidente. O trabalho que foi feito contra o doutor Michel foi para ele morrer”, continuou.

O pai de santo disse ainda que foi contratado pelo presidente e a primeira-dama Marcela Temer para o serviço. O Palácio do Planalto, consultado pela Folha de S. Paulo, não comentou.

A direção do PMDB negou ter contratado Pai Uzêda, que alegou que esteve no gabinete presidencial e na residência de Temer para “defumar” o ambiente – quando ervas são queimadas para modificar a energia do local.

“Foram encontrados quatro bonecos de macumba com o retrato do Temer e da cúpula do PMDB. Muita macumba contra ele, contra Rodrigo Maia [presidente da câmara] e contra toda a cúpula do PMDB”, declarou o pai de santo.

O chefe do Executivo federal disse que não poderia deixar de comparecer à convenção porque ganha “vitalidade” ao ver os correligionários. “Vocês me revitalizam”, cumprimentou Temer, no início da sua fala, ao “velho MDB”. “Não é fácil enfrentar o que nós enfrentamos. Assim que conseguimos revitalizar o país”, concluiu.

Sobre a mudança de planos, ele disse apenas que estava “embaraçado com alguns compromissos”. A assessoria não deu uma justificativa oficial para as mudanças na agenda. O cancelamento da participação do presidente também gerou especulações sobre seu estado de saúde, após três cirurgias nos últimos 45 dias.

De acordo com o Estadão, assim que saiu a informação de que Temer não iria, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, decidiu ir encontrá-lo no Palácio do Jaburu.

Auxiliares do presidente relataram que, com os pedidos na Justiça por parte de alguns diretórios para o cancelamento da convenção, a avaliação era de que a participação de Temer poderia “expor” o presidente a uma guerra partidária. Após a conversa com Padilha, no entanto, Temer deixou o Jaburu e seguiu para a convenção.

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