Publicado em 15/10/2017 às 10h00.

Trapalhada de Funaro alertou Geddel sobre delação

O operador disse ainda que, em 15 dias, Geddel ligou mais de 19 vezes para sua mulher

Alexandre Galvão
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

 

Um descuido do doleiro Lúcio Funaro alertou o ex-ministro Geddel Vieira Lima das suas intenções de fazer delação premiada. Em vídeos que registraram o seu acordo de colaboração, Funaro diz que, “sem querer”, enviou para o advogado do presidente Michel Temer, Claudio Mariz, uma proposta de pagamento de honorários que ele faria para outro grupo de advogados especializados em delação.

“Após o envio, meu telefone recebeu uma mensagem por um aplicativo e era Geddel perguntando se eu estava fazendo delação. Eu disse que não e Geddel disse que a informação tinha chegado ao Palácio do Planalto”, relata.

Após o contato do baiano, Funaro diz ter ligado “furioso” para Mariz. “Chamei de vagabundo por ter quebrado o sigilo profissional”, conta. O doleiro especula ainda que Geddel tenha sido avisado ou por Temer ou por Jose Yunes, uma vez que Geddel não tinha contato com Mariz.

Funaro diz ainda que, nos contatos telefônicos de Geddel com sua mulher, Raquel Pitta, ele prometia “resolver o mais rápido a minha solução”. “Em algumas ligações ele afirmava que estava se esforçando o máximo para me soltar”, aponta.

O operador disse ainda que, em 15 dias, Geddel ligou mais de 19 vezes para sua mulher. “Quando minha irmã foi presa, ele ligou muitas vezes, pois viu que eu não iria aguentar mais. Ligou 19 vezes em 15 dias. Quando saiu a delação do Joesley, ele sabia que naquele momento deu o meu limite. Foi o único a ligar. Quando minha irmã foi solta, ele também foi o primeiro a ligar dizendo que ‘graças a Deus ela foi solta’, como se isso fosse esvaziar minha vontade de fazer delação”, conta.

Temas: PMDB , Geddel , Lucio Funaro

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